quarta-feira, 18 de abril de 2018

A dinastia dos faraós negros

Vindos da Núbia, no atual Sudão, eles conquistaram o Egito antigo e reinaram absolutos por décadas. Mas foram vítimas de preconceito arqueológico

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A cena deve ter sido incrível e assustadora. Imagine dezenas de embarcações lotadas de guerreiros descendo o rio Nilo por volta de 730 a.C. O exército havia partido do reino de Kush, na Núbia, território que hoje pertence ao Sudão. Objetivo: conquistar o Egito, já em franca decadência àquela altura.
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Quem liderava o ataque era o próprio rei, Piye. No decorrer de um ano inteiro, ele e seus homens derrotaram todos os chefes egípcios que lhes apareceram pela frente. Alguns combates foram especialmente encarniçados. Mesmo assim, as tropas do governante núbio chegaram inteiras até o delta do Nilo. Ao final da campanha, Piye era o senhor absoluto de um império que ia do norte sudanês ao Mediterrâneo. Tornou-se, assim, o primeiro faraó negro da história, representante de uma casta de núbios que controlaria o Egito antigo por décadas durante o que os historiadores hoje chamam de 25ª Dinastia.

Tudo em família

Com a vitória sacramentada, Piye regressou a Napata, na Núbia, trazendo os tesouros  que haviam sido pilhados pelo caminho. Daquela cidade, ele governaria o Egito por 35 anos sem jamais ter seu poder amea-
çado. Ao morrer, em 721 a.C., foi sepultado no melhor estilo faraônico: numa pirâmide que havia mandado construir em El-Kurru, no Sudão, junto com seus cavalos favoritos.

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