CIÊNCIA - TECNOLOGIA

A história secreta de como Bill Gates se tornou rico

Bill Gates pode ter sido um 'ditador' com os seus funcionários, mas sempre se preocupou em pagar os salários, mesmo que não houvesse trabalho.
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Aos 19 anos, Bill Gates era um jovem sem rumo definido, depois de deixar para trás os estudos em Harvard e o seu trabalho numa grande empresa hidroelétrica canadiana. Nos anos seguintes, entrou numa espiral de dependência do trabalho, álcool e drogas. Perante tal cenário, ninguém diria que mais tarde fundaria uma das empresas tecnológicas mais importantes da história.
Mas Bill Gates era inteligente, tinha ao seu lado um grande amigo e matemático, e uma facilidade enorme em impor dias infernais aos seus empregados. Ironicamente, a sua maior obsessão nos primeiros anos da Microsoft era ter milhões suficientes no banco, não para fundar uma empresa aeroespacial ou para caprichos, como podem fazer os líderes de gigantes como a Amazon ou a Tesla. O objetivo de Bill Gates era conseguir pagar sempre aos seus empregados no caso de um dia perder um contrato importante. "Eu queria ter dinheiro suficiente no banco, para que, se ninguém me pagasse durante um ano, eu conseguisse assumir os salários", conta, citado pelo El Mundo.
A Netflix estreou este mês, a 20 de setembro, um documentário sobre a vida do pai do Windows e da Microsoft. A série é composta por três episódios, onde é possível conhecer o percurso pessoal e profissional de Bill Gates, hoje reconhecido não só pela criação da Microsoft, mas também pelas suas ações filantrópicas.

Um homem frio e calculista

É no documentário que se descobre, por exemplo, que Bill Gates, por melhor que fosse individualmente, é um homem frio e calculista, que trabalha melhor sozinho, embora precise de aliados chave para avançar e não ter problemas em reconhecer isso.
Este retrato afasta-o um pouco de outras figuras do mundo tecnológico, como Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, ou Steve Jobs, o eterno rival de Gates, com quem se reconciliou nos últimos anos de vida do criador da Apple.
Mas Bill Gates podia ser um chefe bastante exigente. "Se havia algo que demorava mais de uma semana a estar terminado eu dizia sempre: "Eu posso fazer isso num dia. Porque é que não trabalhas tanto como eu?'".

Um amigo fundamental

Esta postura podia custar-lhe muito pessoalmente, mas foi assim que conseguir colocar a Microsoft acima dos seus concorrentes. No meio desta encruzilhada está um nome: Paul Allen.
O co-fundador da Microsoft foi um aliado fundamental de Bill Gates nos seus primeiros anos. Conheceram-se na escola, onde se tornaram amigos e, apesar da diferença de idades, partilhavam a mesma paixão: a matemática.
A perda do seu amigo de infância, Kent Evans, aproximou-o muito de Paul Allen e foi com ele que Bill Gates alcançou o seu primeiro sucesso no mundo dos computadores. O diretor da escola pediu que os dois amigos fizessem os horários dos mais de 400 alunos para o ano seguinte. A dupla aceitou o desafio e construiu uma técnica tão eficaz que acabou por ser copiada noutras escolas. O que costumava necessitar de um grupo de pessoas durante todo o verão, os dois amigos fizeram num computador antigo durante duas semanas.
Depois desta prova, vieram mais: regular parte das tarefas do departamento de trânsito de Seattle ou auxiliar nas tarefas de automação de uma empresa hidroelétrica de Vancouver.

O início de algo grande e difícil

A certa altura, a empresa de computadores Altair lançou um produto fundamental na história da Microsoft: o Altair 8800, muito poderoso na época. Bill Gates e Paul Allen foram responsáveis pelo desenvolvimento da sua linguagem de programação, o Altair Basic.
"Tínhamos a sensação de que a revolução havia começado sem nós", diz Bill Gates. Então começaram a trabalhar, dia e noite, e conseguiram adaptar a linguagem de programação Basic ao Altair 8800 e despejar tudo numa fita perfurada para mostrar a seus criadores a sua utilidade.
No entanto, perceberam que tinham um problema. Era necessário um programa de iniciação para lançar a linguagem por eles criada e a máquina entender. Paul Allen escreveu o código necessário para este software no pouco tempo que tinha, sem o conseguir rever. Bastava uma pequena falha para perderem a oportunidade.
Mas tudo funcionou à primeira. E assim nasceu a Microsoft. Foi a primeira vez que alguém instalou um programa comercial num computador pessoal.
Paul Allen e Bill Gates deixaram logo os seus estudos e mudaram-se para Albuquerque. "Mal dormimos, comemos comida de plástico e trabalhámos horas e horas".
O ritmo do trabalho da Microsoft na época era frenético. "Adorava trabalhar e esse trabalho era a minha vida", confessa Bill Gates. Mas, reconhece o seu vício no trabalho e como pode ser injusto para os funcionários que não trabalham como ele. "Não acreditava nos fins de semana, não acreditava em férias. Para muitas pessoas, não era um bom lugar para trabalhar. Éramos frenéticos e muito exigentes".
Frases como "a melhor coisa da Microsoft é que pode trabalhar em período parcial. Você decide as doze horas do dia em que trabalha no escritório" ilustram no documentário o clima dos primeiros anos da Microsoft. E Bill Gates reconhece a sua perversão com muita calma. "Eu conhecia todas as matrículas [dos carros] dos meus funcionários, para saber quem estava aqui e quem não estava."
A sua obsessão pelo trabalho e pelos funcionários chegou a tal ponto que ficou famoso por uma frase que ele várias vezes proferiu em reuniões de trabalho: "Esta é a ideia mais estúpida que já ouvi na minha vida".
Este comportamento incomodou Paul Allen, não porque tenha sofrido abusos, mas porque os seus objetivos na vida haviam mudado. Em 1981, enquanto Bill Gates terminava o código de um pedido feito pela IBM, Paul Allen foi assistir ao lançamento do primeiro transbordador espacial da NASA. Bill Gates não conseguiu entregar o pedido no prazo e Paul Allen esteve ausente sem o notificar ("eu teria dito não", admite Bill Gates).
Esse programa de código foi o MS-DOS, que lançou a Microsoft para a glória e a tornou numa empresa de software fundamental no mundo dos computadores, mesmo antes de lançar o Windows, o sistema operacional ainda hoje usado pela grande maioria dos computadores do mundo.
Paul Allen renunciou ao cargo na Microsoft em 1983, após ser diagnosticado com a doença de Hodgkin, que superou após meses de radioterapia e transplante de medula óssea. Apesar das constantes tentativas de abordagem, Bill Gates e Paul Allen nunca recuperaram um bom relacionamento e este acusou-o na sua biografia de tentar eliminá-lo do negócio com a ajuda de Steve Ballmer.

Mãe era a figura chave

Apesar do seu trabalho filantrópico atual, quando era mais novo, Bill Gates era um homem frio e calculista. A sua família não o nega. A própria mulher, Melinda, diz que não gostaria de "viver dentro do cérebro" do marido, porque este é um homem "complexo". "Ele retém 90% do que lê e sabe como sintetizá-lo rapidamente, como se fosse um processador de um computador", diz uma das irmãs.
O que não significa que não tenha um lado humano. Bill Gates reconhece que a mãe era a figura chave da sua vida. "A nossa mãe queria que tivéssemos sucesso. Queria que a nossa família fosse uma força a ter em conta".
"A autoridade dos meus pais era arbitrária. E eu não queria seguir as regras", admite, confessando que ainda fez a mãe passar alguns maus bocados. No entanto, os seus pais foram uma influência fundamental para que se tornasse menos individualista.
O dia em que perdeu a mãe foi o pior da sua vida. Com um cancro, faleceu alguns meses após o seu casamento com Melinda Gates.

Atualmente, na luta contra a pólio

O resto da história da Microsoft é bem conhecido: Windows, Office, Encarta e um domínio quase total do mundo dos computadores pessoais. Rivais como Apple ou IBM nada eram ao lado da companhia de Bill Gates até os anos 2000. Gates deixaria a sua empresa em 2008, mas não exatamente na melhor situação.
Na altura, a Apple não só ressurgiu como fabricante de computadores e software, como estava prestes a tornar-se líder mundial com a ajuda do iPhone. A Google já era uma força temível. E os novos players como o Facebook ou a Amazon começariam a prejudicar uma empresa com uma grande crise de identidade.
A Microsoft cometeria um de seus maiores erros como empresa com o lançamento do seu próprio sistema operativo móvel, o Windows Phone, que nunca se tornou num grande rival para a Google ou a Apple; e encadeou isso com uma versão mal conseguida do Windows, que gerou muitas dúvidas sobre o seu futuro. Como uma empresa de computadores sobreviveria no mundo móvel?
Quase 12 anos depois, a Microsoft está num bom momento, porque redirecionou os seus negócios muito bem para os serviços digitais e para a nuvem. Por sua vez, aprendeu a colaborar com outros agentes e concorrentes para melhorar esses serviços, sejam eles a Apple, Amazon ou Google.
Mas enquanto a Microsoft prospera, Bill Gates dedicou todos os seus esforços à luta contra a poliomielite, quase erradicando-a com ajuda internacional e um investimento significativo da sua fortuna pessoal. Jeff Bezos pode ser o homem mais rico do mundo, mas Bill Gates doou mais de 34,6 mil milhões da sua fortuna para instituições de solidariedade, algo com o qual Bezos não pode competir neste momento.
Apesar de ter um passado questionável e no qual foi capaz de prejudicar muitas pessoas e colegas ao longo do caminho, Bill Gates parece ter encontrado uma maneira de devolver algo ao mundo.
Artigo originalmente publicado em Dinheiro Vivo



Barbas acumulam bactérias encontradas em fezes
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Aos que aderiram à barba por causa da moda, é preciso cuidado, pois, de acordo com um pesquisador mexicano, os pelos podem estar cheios de bactérias encontradas nas fezes. Segundo o microbiologista John Golobic, o número de bactérias fecais encontradas na barba pode ser maior que as que estão no vaso sanitário. As informações são do site Brobible. 
   O microbiologista disse que ficou surpreso com o resultado.
   — Algumas barbas apresentavam bactérias normais, do ambiente, mas boa parte delastinha bactérias das fezes. Se essa quantidade fosse encontrada na água, ela seria proibida de circular até que passasse por um processo de limpeza.
   De acordo com Golobic, os níveis não são altos a ponto de causar doenças, mas “a situação é preocupante, já que é possível comparar a quantidade de bactérias com um banheiro”. O microbiologista ainda afirma que boa parte das bactérias que chega à barba vem do contato com as mãos.


Do aquecimento global a asteroides gigantes, as ameaças à vida humana até o fim do século

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Os humanos estão destinados a ter o mesmo futuro que os dodôs (aves extintas) ou os dinossauros?
No momento, a raça humana encara perigos potencialmente fatais, incluindo mudanças climáticas, guerra nuclear, uma pandemia e mesmo a possibilidade de o planeta Terra ser atingido por um asteroide gigante.
O filósofo e apresentador de rádio David Edmonds discute esses riscos com especialistas que dedicaram suas vidas profissionais a investigar como podemos mitigá-los e tenta responder à grande questão: os seres humanos vão sobreviver até o fim do século?

O que é um risco existencial?




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Se as espécies se extinguem desde sempre, por que com os seres humanos seria diferente?
"Um risco existencial é uma ameaça à humanidade ou aos nossos descendentes que em suma os aniquilaria", diz Anders Sandberg, pesquisador do Instituto do Futuro da Humanidade da Universidade de Oxford.
Até o meio do século 20, pensávamos que vivíamos em um lugar bem seguro, mas isso não é mais o caso.
 Os riscos existenciais que ameaçam trazer destruição à humanidade são muitos, e variados.

Mas uma dupla de cientistas, pai e filho, Luis e Walter Alvarez, mudaram tudo naquele ano ao publicar sua hipótese de que dinossauros haviam sido mortos por asteroides que bateram na Terra.
A hipótese de Alvarez foi endossada recentemente por um painel internacional de cientistas, após a descoberta de uma cratera gigante na península de Yucatán, no México.
No entanto, dentro da comunidade que pensa sobre riscos existenciais, a chance de o mundo acabar com uma colisão com um asteroide é considerada remota comparada ao risco que nós mesmos estamos criando.

Superpopulação, esgotamento de recursos naturais e mudança climática

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A pesquisadora da University College London Karin Kuhlemann estuda a relação entre a questão populacional e os riscos representados pelas mudanças climáticas - um assunto que raramente ganha as manchetes.
Assim como o esgotamento dos recursos naturais, é um tema que nos faz sentir mal, então preferimos não pensar sobre ele, reflete a cientista.
Apesar disso, os dois assuntos estão ligados, diz Karin - e a culpa é nossa.
"A mudança climática é uma consequência da superpopulação, assim como o esgotamento dos recursos naturais, e as duas coisas se retroalimentam. Os recursos estão se esgotando e aí usamos mais petróleo para compensar isso, o que piora a mudança climática", diz a pesquisadora.
Se a população não parar de crescer, será praticamente impossível impedir o avanço das mudanças climáticas.


A destruição da biodiversidade

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Estamos vivendo como se a eliminação da vida selvagem fosse apenas "um infortúnio".
Mas alguns pesquisadores dizem que, até o meio do século, não haverá mais peixes no mar em níveis suficientes para sustentar a pesca comercial. Isso quer dizer que não haverá mais peixe para comprar no mercado.
Os insetos também estão desaparecendo lentamente, assim como algumas espécies de aves - como as que se alimentam de insetos.
Não sabemos o impacto da erradicação da biodiversidade, diz Karin, mas é certo que ela não nos beneficia.

Pandemias

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Lalitha Sundaram trabalha no Centro de Risco Existencial, na Inglaterra, avaliando riscos biológicos.
Lembrando a Gripe Espanhola, de 1918, ela diz que se estima que a doença tenha matado entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas.
A pandemia aconteceu quando houve uma grande onda migratória após a Primeira Guerra (1914-1918) e as pessoas, enviadas de volta para casa após o conflito, passaram a viver em espaços confinados.
É por isso que, apesar de sermos melhores no desenvolvimento de vacinas hoje em dia, a globalização traz alguns perigos.
Durante a época da Gripe Espanhola, as pessoas viajavam de trem ou barco, mas na era da viagem aérea, as doenças podem se espalhar ainda mais rápido, com consequências potencialmente graves.

Ameaças de indivíduos 

 A maior parte dos riscos existenciais criados pelos seres humanos não é intencional.

Mas à medida que a ciência e a tecnologia avançam, nos preocupamos cada vez mais com a possibilidade de ataques propositais catastróficos, como, por exemplo, a criação de um vírus de laboratório usando biologia sintética.
Se houvesse um botão de fim do mundo que pudesse destruir a todos nós, um número preocupante de pessoas escolheria apertá-lo, diz o pesquisador Phil Torres, do Future of Life Institute.
Esses "apertadores de botões" poderiam ser extremistas religiosos que acreditam que foram enviados por Deus para destruir o mundo como uma maneira de salvá-lo, a exemplo do culto japonês Aum Shinrikyo.
No entanto, também corremos o risco do que Phil descreve como "atores idiossincráticos" - pessoas motivadas a provocar a extinção humana por motivos pessoais, como aqueles que cometem ataques armados.
Mas quantos "apertadores de botões" existem por aí? Especialistas estimam que haja cerca de 300 milhões de sociopatas no mundo hoje, muitos dos quais poderiam representar uma ameaça.

Guerra nuclear

 

Uma guerra nuclear provavelmente não mataria a todos nós, mas os efeitos posteriores, talvez.
Seth Baum, do Global Catastrophic Risk Institute, diz que o incêndio resultante de uma explosão nuclear poderia mandar poeira até para acima das nuvens, na estratosfera.
Essa poeira poderia ficar lá por décadas, bloqueando a luz do sol.
A extinção humana que poderia advir de uma guerra nuclear seria uma combinação da devastação inicial, caos econômico e finalmente efeitos ambientais globais.

Inteligência artificial

 O risco da inteligência artificial vem em várias formas - o risco de algoritmos autônomos acidentalmente causarem um colapso do mercado de ações global, o que provocaria a implosão da economia, ou a ideia de que nós podemos perder controle sobre as máquinas.

Um cenário que preocupa especialistas é a criação de vídeos "deep fake", onde imagens de pessoas públicas são manipuladas de modo que pareça que estão dizendo ou fazendo coisas que não fizeram.
Uma pessoa maliciosa poderia falsificar um vídeo no qual um líder mundial ameaça outro, elevando a tensão entre duas potências nucleares.
Essa tecnologia já existe e está ficando cada vez mais difícil de detectar.

Como reduzir os riscos existenciais?

 

Afinal, o quão precária é nossa civilização? Bom, depende do risco em questão.
O mais importante é que o futuro não está determinado - há o que se possa fazer para ajudar, e o momento de agir é agora.
Anders Sandberg está estudando como máquinas vão ficar sob o controle humano.
Especialistas planejam como responder se houver um desastre, como uma pandemia.
Outros pesquisadores avaliam como impedir o avanço da mudança climática adicionando poeira à estratosfera, ou como sobreviver a um "inverno nuclear" com uma dieta de cogumelos.
Pra Karin Kuhlemann, a coisa mais importante é reverter o crescimento populacional: "precisamos mudar as normas sociais sobre tamanhos de famílias, deixando de lado a postura de que todos podemos ter vários filhos e consumir o quanto quisermos", diz ela.
Nesse sentido, todos podemos prevenir uma catástrofe global.
Os seres humanos têm um histórico ruim no que diz respeito a ter uma perspectiva de longo prazo e nossas instituições não são voltadas para os interesses de gerações futuras.
Mas ela diz que se não quisermos que o século 21 seja nosso último, precisamos levar os riscos existenciais mais a sério.

 

 

A existência de vida na Terra só foi possível graças a uma colisão que formou a Lua

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A existência de vida na Terra só foi possível porque, há cerca de quatro mil milhões de anos, houve uma colisão entre o planeta azul e um outro planeta com um tamanho semelhante ao de Marte, o que levou à formação da Lua. Esta é a conclusão de um novo estudo divulgado recentemente pela publicação científica Science Advances.
De acordo com esta investigação, foi graças a esta colisão que foram introduzidos na Terra elementos voláteis como o carbono, o nitrogênio ou enxofre nas quantidades suficientes para que o planeta azul pudesse ser habitável. É que os planetas rochosos como é o caso da Terra não são ricos estes elementos.
O fenômeno aconteceu há 4,4 mil milhões de anos.
Os cientistas já sabiam que os elementos voláteis foram, de alguma forma, introduzidos na Terra. Mas o timing e o mecanismo através do qual isto aconteceu têm suscitado grande debate na comunidade científica.
Os investigadores acreditam que o estudo agora publicado apresenta o cenário que melhor explica o timing e o sistema através do qual ocorreu a introdução dos elementos voláteis na Terra. Os autores frisam que o estudo é consistente com as provas geoquímicas encontradas.
“O que descobrimos é que todas as provas são consistentes com um impacto que formou a lua e que envolveu um planeta do tamanho de Marte, volátil, com um núcleo rico em enxofre”, sublinhou Damanveer Grewal, que liderou o estudo.
“Este estudo sugere que um planeta rochoso semelhante à Terra tem mais chances de adquirir elementos essenciais à vida se se formar e crescer a partir de impactos gigantescos com planetas que tenham amostrado diferentes blocos de construção, talvez de diferentes partes de um disco protoplanetário”, acrescentou.
Para que a vida surja em um planeta que, de outra forma, estaria morto, uma variedade de compostos químicos é necessária, incluindo carbono, nitrogênio e enxofre. São os chamados elementos voláteis. O pensamento convencional diz que eles da Terra chegaram através do bombardeio constante de meteoritos antigos.
Para muitos astrônomos, geólogos e astrobiólogos, a noção de que os voláteis da Terra vieram trazidos por meteoritos primitivos nunca foi completamente satisfatória. Nosso planeta, junto com outros planetas rochosos no Sistema Solar interno, é naturalmente desprovido de voláteis. Acontece que a assinatura isotópica dos voláteis da Terra coincide com os observados nos condritos carbonosos, a classe de meteoritos tipicamente citados como sendo os distribuidores de voláteis para a Terra.
O problema é que as proporções de elementos – como a razão de carbono para nitrogênio e a razão de água para carbono – no silicato, no manto, na crosta, no oceano e na atmosfera da Terra estão fora de sintonia com o que é observado nos condritos, levando à chamada “crise isotópica”, e dúvidas sobre a teoria da semeadura por meteoritos.
O novo estudo é interessante na medida em que oferece uma solução para este problema. Em vez de invocar uma infinidade de pequenos ataques de meteoritos, os autores propuseram uma colisão única e gigantesca entre a Terra e um planeta antigo.
A base para essa afirmação vem de um experimento no qual os pesquisadores tentaram imitar as condições desse impacto no laboratório. O estudo envolveu experimentos de alta pressão e temperatura, juntamente com simulações de computador alimentadas com as informações coletadas desses experimentos. Através deste trabalho de modelagem, os pesquisadores procuraram determinar o tamanho e a composição química do planeta impactante para ver como seu reservatório de silicatos poderia se misturar com a Terra, fornecendo vários dos elementos essenciais à vida.
“Mais estudos desse tipo são necessários para entender como esses elementos se comportam, especialmente para os planetas com a massa da Terra”, diz Day. “No entanto, embora este estudo sugira o impacto com um corpo do tamanho de Marte, não é provável que esta seja a prova definitiva, tanto para como e quando os voláteis foram entregues à Terra, quanto para o tamanho do astro que colidiu para formar o sistema Terra-Lua.”
Mais provas serão necessárias para demonstrar a procedência dos voláteis da Terra – e também a natureza da formação da Lua. A hipótese do impacto gigante, proposta pela primeira vez pelo geólogo canadense Reginald A. Daly nos anos 1940, é uma das muitas, e o debate continua sem solução.

Um estudo afirma ter descoberto a causa do mal de Alzheimer

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Cientistas acreditam ter descoberto possível causa da doença neurodegenerativa que é um dos maiores mistérios da medicina. Os primeiros testes mostram resultados positivos, inclusive de reparação de neurônios danificados.Um estudo realizado por uma empresa farmacêutica americana alegou ter encontrado a causa da doença de Alzheimer. O vilão seria a Porphyromonas gingivalis, uma bactéria associada a diversos tipos de periodontites – doenças inflamatórias em tecidos da cavidade bucal, como a gengivite.
Doenças periodontais afetam cerca de um terço da população mundial, e uma droga que bloqueia as principais toxinas da bactéria Porphyromonas gingivalis passará por importantes testes clínicos neste ano.
A pesquisa, publicada na revista científica Science Advances na quarta-feira (23), afirma que essa nova droga tem potencial para parar e até reverter o Alzheimer – com a possibilidade, inclusive, de haver uma vacina.
A doença de Alzheimer é um dos maiores mistérios da medicina. Com o aumento da expectativa de vida ao longo das últimas décadas, os casos de demência dispararam, tornando a condição a quinta maior causa de morte em todo o mundo. Embora o Alzheimer represente cerca de 70% desses casos, sua causa segue indefinida.
A doença é frequentemente associada ao acúmulo das proteínas tau e beta-amiloide no cérebro. A principal teoria era de que o Alzheimer surge do controle defeituoso dessas duas proteínas. No entanto, pesquisas recentes concluíram que pessoas podem ter placas amiloides sem demência, colocando em xeque aquela hipótese.
Diversas equipes de pesquisa científica têm investigado a bactéria Porphyromonas gingivalis. Até o momento, cientistas descobriram que ela invade e inflama as regiões do cérebro afetadas pela doença do Alzheimer.
Estudos também concluíram que infecções de gengiva podem piorar os sintomas em camundongos que foram geneticamente modificados para ter Alzheimer, e que podem causar inflamações no cérebro semelhantes ao Alzheimer, bem como danos neurais em camundongos saudáveis.
“Quando a ciência converge de vários laboratórios independentes, é bastante convincente”, disse Casey Lynch, da empresa farmacêutica Cortexyme, sediada em San Francisco, na Califórnia.
A Cortexyme relatou ter encontrado enzimas tóxicas que a bactéria Porphyromonas gingivalis usa para se alimentar do tecido humano – as chamadas gingipains – em 96% das 54 amostras analisadas de cérebros com Alzheimer. A equipe também identificou a própria bactéria em todos os três cérebros com Alzheimer cujos DNAs foram examinados.
A Porphyromonas gingivalis foi encontrada ainda no líquido espinhal de pessoas vivas com Alzheimer – descoberta que pode ajudar no desenvolvimento de um método mais eficaz para diagnosticar a doença.
A Cortexyme já havia desenvolvido moléculas que bloqueiam as enzimas tóxicas gingipains. Em camundongos, essas moléculas reduziram suas infecções, interromperam a produção de amiloide, diminuíram a inflamação cerebral e até recuperaram neurônios danificados.
O antibiótico que mata a bactéria Porphyromonas gingivalis fez a mesma coisa, mas com menos eficácia, e as bactérias rapidamente desenvolveram resistência – o que não ocorreu com os bloqueadores das enzimas tóxicas.
Em outubro, a Cortexyme relatou que o melhor de seus bloqueadores passou nos testes iniciais de segurança em pessoas. Neste ano, a empresa pretende lançar um teste mais amplo do medicamento.
Por sua vez, uma equipe em Melbourne, na Austrália, tem trabalhado no desenvolvimento de uma vacina contra a Porphyromonas gingivalis. Testes foram iniciados em 2018. Uma vacina contra a periodontite seria um grande avanço da medicina – e, se ela também ajudar a deter o Alzheimer, o impacto pode ser enorme.




8 clichês científicos que na verdade são mentiras

Água tem cor? Einstein não inventou a Teoria da Relatividade? O universo não é preto??

1) O UNIVERSO É PRETO
Pasme, o Universo é castanho-claro, tipo bege! A conclusão foi feita por cientistas norte-americanos da Universidade Johns Hopkins ao analisar a luz de 200 mil galáxias. Uma das explicações sobre o fato de o céu ser preto à noite é de que a luz de estrelas muito distantes ainda estaria para chegar até nós
2) EINSTEIN CRIOU A TEORIA DA RELATIVIDADE
Embora duas teorias de Einstein de fato sejam a base para a Teoria da Relatividade, essa não foi a primeira vez em que algo assim foi proposto. Em 1632, Galileu Galilei propôs, em Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo, que os movimentos dos objetos são relativos entre si e definir algum deles como estando em repouso seria mera convenção. Ou seja, a velocidade de um corpo não pode ser estabelecida como absoluta, mas, sim, como relativa a outra coisa. Quase 300 anos mais tarde, Einstein aprimorou as ideias de Galileu sobre a relatividade
3) O QUE USAMOS PARA ESCREVER NA LOUSA É GIZ
Nada disso! O que usamos para rabiscar o quadro-negro na escola é gesso. A diferença é que o giz é feito de carbonato de cálcio enquanto o gesso do “giz” escolar é sulfato de cálcio, um dos minerais mais abundantes no mundo, usado na construção civil há 4 mil anos, desde a construção das pirâmides egípcias
4) PRIMEIRO OBJETO ULTRASSÔNICO SURGIU NO SÉCULO 20
Todo mundo já ouviu falar das aeronaves que quebraram a barreira do som na década de 1940. Mas essa não foi a primeira vez que um objeto ultrapassou a velocidade do som! Essa honra cabe ao… chicote! O chicote foi criado na China há uns 7 mil anos. Foi só em 1927, porém, com o surgimento da fotografia de alta velocidade, que se notou que o estalido provocado pelo objeto era causado pela tira de couro se retraindo e deslocando o ar a mais de 1.200 km/h (mais rápido que a velocidade do som)
5) PINGO DE CHUVA TEM FORMATO DE LÁGRIMA
O formato de gota com uma das pontas arredondada e outra bem aguda não existe na natureza. Os pingos são, na real, esféricos. Tanto é verdade que fabricantes de bolinhas de chumbo jogam o metal derretido de uma grande altura, através de uma peneira, para cair em forma de esfera num líquido para resfriar
6) ÁGUA NÃO TEM COR
Aprendemos na escola que a água é incolor, mas não é bem assim. Na verdade, ela é azul. Um azul extremamente claro, mas azul. É possível observar isso num buraco fundo na neve ou enchendo uma piscina branca bem profunda – lá embaixo, dá pra ver o azul. Isso se dá pelas partículas minerais que compõem a água e refletem a luz. Em grandes corpos d’água, como lagos, rios e mares, a alta concentração de plantas e minerais altera a cor da água para verde, vermelho, marrom etc.
7) SÓ EXISTE UMA VEIA JUGULAR
No pescoço da maioria das pessoas, há seis veias jugulares levando o sangue da cabeça para a veia cava superior, que desemboca no coração. São duas veias externas, duas internas e duas anteriores (direitas e esquerdas) transportando o sangue que vem do cérebro, da face e do próprio pescoço
8) COBRE É O MELHOR CONDUTOR ELÉTRICO
Apesar de ser o principal componente de fios e cabos elétricos mundo afora, o cobre não é tão bom condutor quanto a prata, cujo uso nas fiações é impeditivo por causa do alto custo do metal. Mesmo assim, a prata é muito utilizada em baterias de longa duração e em painéis solares

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Por que a estrela mais brilhante da galáxia é invisível a olho nu – e como se tornará aparente

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Apesar de brilhar com a intensidade de cinco milhões de sóis, a estrela conhecida mais luminosa da Via Láctea, Eta Carinae, localizada a 7,5 mil anos-luz do Sistema Solar, não é visível a olho nu da Terra.
Isso não vai durar para sempre, no entanto. Um estudo de um grupo internacional de pesquisadores, liderados pelo astrônomo brasileiro Augusto Damineli, da Universidade de São Paulo (USP), indica que em breve, em pouco mais de 10 anos, a nuvem de poeira e gás que a esconde dos olhos nus dos terráqueos terá se dissipado e ela poderá ser vista em todo o seu brilho.
Sua luz se tornará duas vezes e meia maior do que atualmente é visível por telescópios.
A Era Carinae tem sido, depois do Sol, a estrela a mais observada (por telescópios), fotografada e estudada do universo – ao menos pelos humanos. Mas também é uma das mais intrigantes e misteriosas.
Muito jovem, com apenas 2,5 milhões de idade, ou cerca 1,8 mil vezes mais nova que o Sol, ela é uma supergigante da raríssima classe das luminosas azuis (que têm uma temperatura mais quente), das quais se conhece apenas algumas dezenas.Situada na constelação austral de Carina, à direita do Cruzeiro do Sul, Eta Carinae foi catalogada, em 1677, pelo astrônomo e matemático britânico Edmond Halley (1656-1742), famoso por ser o primeiro observador da órbita do cometa que que leva seu nome.
Mas ela começou a chamar realmente a atenção em 1843, quando uma grande erupção lançou ao espaço matéria sua equivalente à massa de dezenas de sóis. Como consequência do evento, seu brilho aumentou tanto que durante meses ficou visível durante o dia da Terra.
Em contrapartida, criou-se uma nebulosa em torno dela, com o formato de uma ampulheta ou lóbulos, chamada de Homúnculo, com 3 trilhões de quilômetros (4 meses-luz) de uma ponta a outra, que, junto com nuvens poeira e gases, lançadas durante a mesma explosão, ofusca seu brilho em direção ao nosso planeta. Além desta, houve pelo menos duas outras erupções menores conhecidas, uma vista em 1250 e outra em 1890.
Desde então, muito se aprendeu sobre esse astro. Grande parte das descobertas recentes se deve a Damineli, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, autor principal do novo estudo, que se dedica a estudar Eta Carinae há cerca de 30 anos. Entre elas, a de que esta estrela é um sistema duplo, composto por dois astros.
Ele descobriu que a cada 5,5 anos a estrela sofre um pequeno "apagão" para quem a observa da Terra. Damineli concluiu que isso deve ocorrer porque o sistema é duplo e uma das estrelas, a menor, passa na frente da outra. Hoje, isso é um fato aceito por todos.
De acordo com ele, a estrela menor tem 30 vezes a massa do Sol e a maior, 90. "Se fosse colocada no lugar da nossa estrela, a superfície desta última estaria além da órbita da Terra, entre nosso planeta e Marte", diz. "Ela brilha escondida atrás da poeira com uma potência de 5 milhões de sóis, o que está no limite teórico, um pouco mais que isso, ela evaporaria", explica Damineli.
"Nos últimos 20 anos, astrônomos detectaram um aumento do brilho da Eta Carinae, que se fosse dela mesmo já teria ultrapassado esse limite. Com isso, surgiu a hipótese de que ela explodiria dentro de algumas décadas."
No novo trabalho, ele conclui que não é isso que está acontecendo com a estrela. Para chegar a esse resultado, Damineli coordenou uma equipe de 17 pesquisadores do Brasil, Argentina, Alemanha, Canadá, e Estados Unidos, que analisou todos os dados de observação disponíveis sobre Eta Carinae dos últimos 80 anos. "Eles vem de mais de 60 mil observações, a maioria feita por estudantes de Astronomia no telescópio da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, entre 2003 e 2015", conta.
"Elas foram comparadas com os dados do telescópio espacial Hubble, que corrigiram as distorções das observações do solo e proporcionaram imagens de qualidade excepcional da estrela, separando-a da nebulosa do Homúnculo que a cerca."
No artigo, publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em 4 de janeiro, Damineli e seus colaboradores propõem que o aumento de brilho de Eta Carinae não é intrínseco a ela como muitos pesquisadores imaginaram, mas é causado pela dissipação de uma nuvem de poeira posicionada exatamente na frente dela, em direção à Terra.
O estudo revelou que, além de três nuvens de gás (chamados glóbulos de Weigelt) existe uma quarta. "Ela cobre completamente a estrela e seus ventos, apagando a maior parte de sua luz viajando em nossa direção", explica o professor da USP. "Uma das outras três se desfez recentemente, um indício de que o mesmo deverá acontecer com a que tapa nossa visão."

ESCONDENDO A NEBULOSA

Apesar dessa nuvem de poeira, a Nebulosa do Homúnculo pode ser vista diretamente, pois é 200 vezes maior do que ela e seu brilho quase não é afetado. Mas isso também vai acabar em breve.
"Em 2032, ou quatro anos a mais ou a menos, a poeira terá desaparecido e o brilho aparente da estrela não aumentará mais, mas ofuscará a nebulosa", diz Damineli. "Ou seja, em poucos anos, perderemos a oportunidade de tirar belas fotos do Homúnculo, mas veremos mais claramente o par de estrelas gêmeas dentro. Os apagões periódicos também poderão ser visto com mais clareza."
Sem a nuvem, o brilho de Eta Carinae visto da Terra será semelhante ao da estrela chamada Intrometida, da constelação do Cruzeiro do Sul.
"Por mais de meio século os cientistas acreditaram que a Eta Carinae era malcomportada, cheia de tiques e que vivia aprontando", ressalta Damineli. "No entanto, daqui a alguns poucos anos será possível constatar que as duas estrelas companheiras são comportadas e com brilho estável, e que o meio interestelar ao redor delas é que causava uma aparente anormalidade."
O mais grandioso espetáculo que será proporcionado por Eta Carinae ocorrerá, no entanto, em futuro incerto, de hoje a alguns milhares de anos, quando ela deverá explodir na forma de uma hipernova. "Sua morte deverá produzir uma explosão de raios gama, o tipo de evento mais energético que ocorre no universo", afirma Damineli.
"O brilho, por sua vez, será umas dez vezes maior do que toda a Via Láctea e ela poderá ser vista em pleno dia. Mas podemos ficar tranquilos: não haverá risco para a vida na Terra."

Estudantes desenvolvem tijolos feitos a partir de urina humana

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Urina humana foi usada por estudantes da África do Sul para criar tijolos que não prejudicam o meio ambiente.
Tijolos comuns precisam ser submetidos a altas temperaturas em fornos para serem fabricados, o que produz uma grande quantidade de dióxido de carbono.
No projeto sul-africano, urina, areia e bactérias foram combinadas em um processo que permite que os tijolos se solidifiquem em temperatura ambiente.
"É essencialmente a mesma forma como corais se formam no oceano", explica Dyllon Randall, supervisor dos estudantes na Universidade da Cidade do Cabo.

'Tão duro quanto calcário'

Os estudantes de Engenharia coletaram urina de banheiros masculinos.
Depois de primeiro produzir um fertilizante sólido, o líquido restante é usado em um processo biológico para "cultivar" o que a universidade chamou de "biotijolos".
O processo é chamado de precipitação de carbonato microbiano. Bactérias produzem uma enzima que separa a ureia presente na urina, formando carbonato de cálcio, que depois faz com que a areia se solidifique, formando tijolos cinzas tão duros quanto rochas.
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  • Em média, uma pessoa produz entre 200ml e 300ml de urina por vez.
  • Um "biotijolo" precisa de 25 a 30 litros para ser cultivado - pode parecer bastante, mas a maior parte desta urina é usada para produzir cerca de 1kg de fertilizante.
  • Então, para fazer um único tijolo, você precisaria ir ao banheiro cem vezes.
(Todos estes cálculos são aproximações feitas pelo projeto universitário de biotijolos)










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A rigidez e o formato dos biotijolos podem ser alterados conforme necessário.
"Quando começamos esse processo no ano passado, atingimos a mesma rigidez de um tijolo feito com 40% de cálcario", afirma Randall.
"Alguns meses depois, dobramos sua rigidez. Agora, estamos alterando o material que colocamos no molde e permitindo que as bactérias cimentem as partículas por mais tempo - com nenhum calor (artificial), a temperatura ambiente."
Tijolos comuns são produzidos em fornos a cerca de 1.400ºC, de acordo com a universidade.
Mas Randall admite que seu processo é bem mais fedorento. "Quando um animal de estimação urina, o local fica com um cheiro forte - é a amônia sendo liberada. Esse processo usa a amônia", diz ele, acrescentando que essa substância é transformada em um fertilizante rico em nitrogênio.
Mas, depois de 48 horas, os tijolos perdem esse odor amoníaco - e não oferecem qualquer risco à saúde, afirma Randall.
"O processo que usamos na primeira etapa mata todos os patógenos e bactérias, porque ocorre em um pH muito alto que mata praticamente qualquer coisa."
Segundo a universidade, o conceito de usar ureia para produzir tijolos foi testado nos Estados Unidos há alguns anos usando uma versão sintética dessa substância, algo que demanda muita energia para ser produzida.
Os biotijolos de Randall e seus estudantes, Suzanne Lambert e Vukheta Mukhari, são os primeiros feitos com urina humana, o que cria uma oportunidade de reciclar esses resíduos.
Eles levam de quatro a seis dias para serem cultivados - se for necessário que sejam mais rígidos, o processo pode levar mais tempo.

Descoberto jato de plasma misterioso supostamente mais rápido do que velocidade da luz

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O robô que pode ser montado com uma batata

A empresa Crafty Robot lançou um kit para que as pessoas possam criar o próprio robô. A intenção é fazer com que adultos e crianças aprendam sobre robótica.
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O Smartibot é controlado pelo smartphone e pode ter, entre os componentes, papelão, lego e até batatas. Ele vem com uma tecnologia de detecção de objetos - o que significa que é capaz de aprender a reconhecer pessoas, animais e outros objetos.
O Smartibot pode, inclusive, controlar brinquedos. E é possível fazer com que o robô se torne mais “inteligente”, acrescentando chips com códigos que sofistiquem a inteligência artificial dele.
“Estamos tentando estimular as pessoas a criarem o próprio robô. É tão fácil que qualquer um pode fazer”, disse Ross Altkin, fundador da Crafty Robot.
A ideia é que, a partir do primeiro kit, as pessoas consigam desenvolver sozinhas outros robôs, já que terão aprendido alguns conceitos básicos de robótica.
“Quando você faz com que ele (Smartibot) faça o que você quer, você realmente está entendendo como funciona”, explica Altkin.
“Fico sempre encantado ao ver como os brinquedos são por dentro, pela incrível engenharia envolvida. Então, espero que os pais façam isso com os filhos”, completa o dono da Crafty Robot.


Airbag” para celular é a invenção mais genial do ano

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O universitário Philip Frenzel, da Universidade de Aalen (Alemanha) criou o ADCASE, uma capa para smartphones que tem um protetor de quedas embutido, que só se abre quando o aparelho está em queda livre.
A invenção ainda não está disponível para venda, e é apenas um protótipo do projeto. Mesmo assim, ele já recebeu ótimas avaliações de pessoas interessadas no produto.
O projeto já rendeu ao inventor o maior prêmio da Sociedade Alemã de Mecatrônica, que avaliou trabalhos de alunos do país todo.
O produto foi pensado por causa da ineficácia da maioria das capinhas de celular, que protegem contra alguns tipos de queda, mas mesmo assim deixam a tela vulnerável a rachaduras. Ele passou quatro anos brincando com a ideia de uma capa para celular que não deixa o aparelho encostar no chão.
Primeiro, ele pensou em um tipo de airbag que se infla automaticamente em caso de quedas, ou em usar algum tipo de espuma para amortecer a queda.
Essas ideias se mostraram impraticáveis, então ele pensou em uma proteção dura que se abre quando sensores percebem que o objeto está em queda livre, e mantém o aparelho a alguns centímetros do chão. Essas partes foram produzidas em uma impressora 3D.
Uma campanha de crowdfunding deve ser lançada agora no mês de julho para levantar fundos para a produção em grande número dessa capinha. O primeiro modelo da capa será compatível com o iPhone 6, mas o estudante pretende criar outros tamanhos para outros 

Cientistas desvendam como funciona o cérebro de uma pessoa corrupta

Ciência mostra que a corrupção vai moldando áreas cerebrais de um indivíduo ao ponto de ele deixar de se constranger quando age de forma desonesta

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Ela está nas manchetes dos jornais, na Bíblia, no Código de Hamurábi, no livro indiano Arthashastra, do século 4 antes de Cristo. Acompanhando o homem em sua trajetória pela Terra, a corrupção continua atualíssima e, se na Antiguidade clássica intrigava filósofos como Aristóteles — autor de De generatione et corruptione —, hoje é estudada por cientistas, que tentam encontrar, no cérebro, os mecanismCorrupção, como ensina o Houaiss, não é só subornar ou tomar para si o que não lhe pertence. Trata-se de “depravação de hábitos, costumes etc.”, refere-se à devassidão moral. Ao investigar a fisiologia do corrupto, as pesquisas debruçam-se tanto sobre sociopatas que prejudicam os outros sem sentir o menor remorso quanto sobre o cidadão comum, dito “de bem”, que, contudo, é capaz de aproveitar o quebra-quebra em uma manifestação de rua para saquear o supermercado.os associados à desonestidade.Não que o cérebro seja o “culpado” pela desonestidade. É quase o contrário disso. Se, de fato, alguns psicopatas exibem estruturas e funções cerebrais diferentes do que se considera normal, como a interrupção de circuitos neuronais associados a empatia, medo e culpa, elas não levam necessariamente ao crime. Estudos estimam em 1% a 3% o índice de psicopatas na população mundial, e a maioria deles não vai se desviar das normas sociais ao longo da vida. Por outro lado, nem todo corrupto — sistêmico ou de ocasião — apresenta alguma alteração na atividade dos neurônios. O que os estudos mostram é como o comportamento imoral vai moldando o cérebro, até que ele se acostume a burlar as regras. Isso os cientistas já conseguiram visualizar em exames de imagem como ressonância magnética funcional.
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“O que sempre me preocupou não são os serial killers, mas o que aconteceu na Iugoslávia de 1991 a 2001”, ilustra o psiquiatra Pedro Antônio Schmidt, pesquisador do Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Inser/PUC-RS). Um dos palestrantes da conferência Mecanismos cerebrais da corrupção, que inaugurou o Congresso Brain 2018, na semana passada, em Gramado, Schmidt refere-se à guerra na região dos Bálcãs que deixou quase 98 mil mortos e foi marcada pelos estupros em massa nas zonas de conflito. “De repente, começou um ódio; vizinhos que eram amigos se tornaram inimigos. Como alguém vira assassino? Como acha o.k. estuprar a filha do vizinho? Essas pessoas não eram assassinas antes, como passam a aceitar esse tipo de coisa?”, questiona.

Outro comportamento citado por Schmidt é a alta tolerância do brasileiro com contraventores, como Aniz Abrahão David, que reuniu celebridades e políticos na festa de arromba que comemorou seu aniversário, no ano passado; e mesmo com criminosos. “Quando o ex-jogador de futebol Bruno saiu da cadeia com um habeas corpus do ministro Marco Aurélio de Mello, ele tinha um fã-clube. Mas ele não era mais um goleiro, era um assassino.” Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato e a ocultação de cadáver da ex-namorada Eliza Samudio, além do sequestro do filho que teve com ela. Mostrando uma foto de pessoas na estrada, cheias de sacolas na mão, o psiquiatra contextualiza: “Esse caminhão frigorífero tombou no interior do Paraná. As pessoas saquearam a carga. Não eram pessoas miseráveis, elas não estavam passando fome. São tipos de atitudes que nós, brasileiros, temos há muito tempo”, lamenta
O cérebro se adapta à desonestidade, diz o pesquisador, citando um artigo publicado em outubro de 2016 na revista Nature Neuroscience. O trabalho da Universidade College London (UCL) e da Universidade de Duke identificou alterações na amígdala, estrutura cerebral associada ao medo e à resposta de fuga/luta, à medida que os atos desleais vão sendo repetidos. “Suspeitávamos que deveria haver um princípio biológico básico que contribui para esse fenômeno, chamado de adaptação emocional”, conta Tali Sharot, professora de neurociência cognitiva da UCL. Neil Garrett, pesquisador da mesma instituição, explica que o processo adaptativo é um princípio-chave no estudo de como o cérebro processa informação sensorial. “Se você entra em uma sala repleta de fumaça de cigarro, o cheiro inicial será muito forte. Depois de alguns instantes, o seu sistema olfativo vai se ajustar à presença da fumaça, e você vai percebê-la bem menos”, ilustra.

A hipótese dos pesquisadores era a de que a adaptação emocional também pode ocorrer na tomada de decisões. “Especificamente, queríamos saber se nos adaptamos a situações que, inicialmente, consideramos aversivas, como trapacear, ser infiel e mentir”, afirma Garrett. Isso poderia ser constatado caso a resposta emocional, com o tempo, começasse a enfraquecer. Para verificar a tese, os pesquisadores desenvolveram uma série de testes, dos quais participaram 55 pessoas com idade entre 18 e 65 anos. Os voluntários trabalharam em pares — atores contratados pela equipe — em uma tarefa, que consistia em pedir que o outro adivinhasse a quantidade de dinheiro contido numa jarra cheia de moedas de centavos de libras. Eles foram informados que, dependendo da resposta (certa, superestimada ou subestimada), poderiam se beneficiar, favorecer o outro ou obter vantagens para ambos.

Outra regra do jogo: os participantes poderiam mentir à vontade. O resultado mostrou que os voluntários não apenas trapacearam, como o fizeram cada vez mais, caso fossem beneficiados. Nas situações em que a desonestidade traria vantagens financeiras a eles e aos pares, os voluntários se mostraram ainda mais estimulados a passar por cima da verdade, sugerindo, segundo os pesquisadores, que isso parecia tornar a mentira mais aceitável. No fim, para verificar a reação do cérebro, os cientistas repetiram o teste com 25 pessoas que, dessa vez, participaram da tarefa enquanto eram escaneadas pelo exame de ressonância magnética funcional.

“O que descobrimos foi que, à medida que o tempo passava, as respostas das áreas associadas à emoção, especialmente na amígdala, diminuíam nos participantes que estavam mentindo bastante. Isso sugere que o ato de dizer mentiras reduz a resposta emocional do nosso cérebro à desonestidade e nos encoraja a contar mentiras maiores no futuro”, explica Neil Garrett. Em um dos testes do estudo, os pesquisadores conseguiram mostrar, inclusive, que a diminuição na atividade cerebral é um preditor do aumento subsequente do nível de trapaça. “Acredito que essa foi a primeira evidência empírica de que o comportamento desonesto vai aumentando quando se repete”, diz o pesquisador. A neurocientista Tali Sharot explica: “Normalmente, quando mentimos para obter alguma vantagem disso, a nossa amígdala produz um sentimento negativo, limitando até onde podemos ir com a mentira. Mas, conforme trapaceamos, essa reação vai reduzindo até se tornar muito fraca..” Nesse momento, mentir já não causa constrangimento ao desonesto.


Como os psicopatas


Daí a importância de frear o comportamento desonesto, observam especialistas. “Quando os corruptos começam a roubar, podem se sentir culpados, mas, então, se acostumam com isso e não se importam mais. Se não forem punidos, esse comportamento ficará cada vez mais normal”, observa Antoine Bechara, professor de psicologia da Universidade de Southern Califórnia e especialista no processo de tomada de decisões, que também foi palestrante na conferência Mecanismos cerebrais da corrupção.

O neurocientista compara o cérebro do corrupto sistêmico, incluindo políticos desonestos, ao de um psicopata, cuja amígdala funciona de maneira diferente do restante da população. “O psicopata verdadeiro tem uma patologia real no córtex pré-frontal. Ele não se sente obrigado a seguir as regras”, diz Bechara. “A raiz do comportamento corrupto está na recompensa. Nós não agimos dessa forma porque conseguimos controlar nosso comportamento e, na minha opinião, fazemos esse controle por causa da punição. Se o corrupto não é condenado pela Justiça, não há razão para deixar de se comportar de maneira desonesta”, acredita.


Da paz à agressão


O episódio da guerra da Bósnia lembrado pelo psiquiatra Pedro Antônio Schmidt no congresso Brain 2018 já foi observado em muitos outros conflitos, como na Libéria e em Ruanda. Em tempos de paz, pessoas de grupos étnicos distintos vivem em harmonia. Porém, tornam-se inimigas da noite para o dia, podendo cometer atrocidades que nunca imaginaram ser capazes, ao se deflagrar um confronto armado.

Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, acabaram de publicar um estudo no qual tentam responder por que a violência pode alcançar esse nível entre pessoas que sempre conviveram pacificamente. A pesquisa investigou o comportamento de estudantes do leste da Eslováquia em relação a ciganos.

Para examinar o comportamento hostil, os pesquisadores pediram aos jovens que participassem de um jogo no qual poderiam prejudicar o outro. Pelas regras, dois jogadores recebem dois euros cada e, simultaneamente, escolhem pagar 20 centavos para reduzir o rendimento do opositor em um euro ou simplesmente manter o dinheiro inalterado. Os jogadores permanecem anônimos e jogam um contra o outro apenas uma vez.


Intencional


Os pesquisadores usaram uma lista de nomes típicos para informar aos participantes se o par era integrante da população majoritária eslovaca ou da minoria cigana. Além disso, o experimento foi projetado de forma que três jovens da mesma turma tomassem a decisão um após o outro — portanto, eles sabiam qual tinha sido a escolha dos colegas que jogaram anteriormente.

Os cientistas descobriram que o comportamento de deliberadamente prejudicar o opositor foi significativamente influenciado pelas escolhas dos pares. Além disso, quando achavam que estavam jogando contra ciganos (identificados pelos nomes lidos pelos pesquisadores), os estudantes se mostraram ainda mais agressivos. “A hostilidade dobrava quando dirigida aos ciganos, o que não aconteceu contra pessoas dos próprios grupos sociais”, observaram os autores do trabalho.
“Nossos resultados sugerem que normas sociais fracas podem levar a uma mudança súbita no comportamento individual em relação a outro grupo étnico, passando da boa convivência à agressão. Por isso é, importante processar e punir crimes de ódio”, disse, em nota, Jana Cahlíková, pesquisadora do Max Planck.

Vulneráveis
Nos últimos anos, os atos de agressão a esse povo aumentaram no país europeu e vizinhos. Segundo o relatório da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE), divulgado em abril, um em cada três ciganos é vítima de assédio na UE. Além disso, as condições de vida são bem distintas das de outros moradores do continente: 80% dos ciganos estão em risco de pobreza, contra 17 % da média geral. 
* A repórter viajou a convite da organização do Brain 2018

4 missões do Summit, o supercomputador mais poderoso do mundo que acaba de entrar em operação

Mal entrou em funcionamento e já está sendo chamado de o supercomputador mais poderoso do mundo. Esse é o Summit, que é duas vezes mais rápido do que o chinês Sunway TaihuLight, tido até então como que a máquina mais veloz do planeta.
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Desenvolvido nos Estados Unidos por meio de uma parceria entre a IBM e a Nvidia, o Summit, que fica no Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tenessee, o supercomputador tem capacidade para 200 quatrilhões de cálculos por segundo.
É composto por fileiras de servidores do tamanho de geladeiras que, juntos, pesam 340 toneladas e ocupam uma área de 520 m² - o equivalente a duas quadras de tênis. O Summit está conectado com mais de 300 quilômetros de cabos.
O computador trabalha como um monstro sedento que consome mais de 4 mil galões de água a cada minuto para manter seu sistema de refrigeração funcionando.
Segundo os criadores, a máquina é tão eficiente que já funcionava enquanto ainda estava sendo montada.


































"Imagine dirigir um carro de corrida enquanto trocam os pneus", disse Thomas Zacharia, diretor do laboratório onde a supermáquina foi montada.
A princípio, o computador será usado para criar modelos científicos e fazer simulações baseadas em inteligência artificial e automatização de padrões para acelerar descobertas em áreas como saúde, energia, desenvolvimento de materiais e astrofísica.
















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Superpoderes

  • 200 quatrilhões de cálculos em um segundo. Se uma pessoa consegue fazer um cálculo por segundo, levaria 6,3 bilhões de anos para calcular o que o Summit executa em um piscar de olhos.
  • Se os 7,4 bilhões de habitantes do mundo fizessem um cálculo por segundo, demoraria 305 dias para realizar uma operação que para o Summit é instantânea.
  • O sistema de armazenamento do Summit é capaz de armazenar 250 petabytes de dados, o que equivale a 74 milhões de anos de vídeo de alta definição.
















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Veja como o poderoso "cérebro" do Summit poderá ajudar a conseguir avanços nessas áreas:

1. Astrofísica

O Summit vai permitir simular cenários de explosões de estrelas mil vezes maiores que as que vinham sido recriadas até agora. Também vai poder rastrear 12 vezes mais elementos que os atuais projetos.
Pesquisadores esperam conseguir coletar pistas sobre como elementos pesados, incluindo ferro e ouro, se formaram na Terra.

2. Materiais

Entender como as partículas subatômicas se comportam é um conhecimento tido como chave no desenvolvimento de novos materiais para produzir, armazenar e transformar energia.
O Summit promete multiplicar por 10 a capacidade de simulação desses comportamentos, o que deve acelerar a descoberta de materiais que podem conduzir energia de forma mais eficiente.

3. Acompanhamento do câncer

Médicos e cientistas usam ferramentas automatizadas para extrair, analisar e classificar informações na tentativa de identificar fatores relacionados ao câncer, como genes, características biológicas e meio ambiente.
O Summit ajudará a cruzar essas informações com relatórios e imagens de diagnósticos. Assim, ajudará a obter um panorama mais completo da população que sofre de câncer, com um nível de detalhe que normalmente só se obtém de pacientes que fazem parte de pesquisas clínicas.

4. Biologia

O Summit usará inteligência artificial para analisar dados com informação genética e biomédica.
A ideia é que, por meio dos cálculos feitos pelo supercomputador, pesquisadores consigam identificar padrões de comportamento das células humanas.
Essa análise de informações em grande escala pode ajudar a entender melhor algumas doenças, como o Alzheimer, e também a compreender fatores que levam à toxicodependência.

Saiba como desconectar todos os aplicativos do seu Facebook

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Para minimizar os riscos de ter os dados vazados, muitos usuários têm optado por desconectar os aplicativos de seus perfis no Facebook, incluindo jogos e testes feitos na rede social.
Os últimos tempos não têm sido fáceis para o Facebook. Com diversos escândalos sobre sua política de privacidade, a rede social de Mark Zuckerberg vem enfrentando desafios para recuperar a confiança de seus usuários e anunciantes.
Além da crise gerada por conta da coleta de dados da Cambridge Analytica, o Facebook também é alvo de acusações sobre o compartilhamento de dados de seus usuários com empresas e aplicativos. Diante das polêmicas, Zuckerberg anunciou mudanças na segurança da companhia, o que ainda não tem sido suficiente para muitas pessoas.
Confira como deslogar a sua conta das aplicações para proteger os seus dados: 1. acesse a versão do Facebook para desktop e faça o login; 2. no canto superior direito, clique na seta e acesse a opção “Configurações”; 3. na nova aba, você terá acesso aos aplicativos conectados ao seu perfil no Facebook; 4. selecione os aplicativos que você deseja desconectar e clique no botão “Remover”. Os apps que não forem selecionados continuarão conectados e, consequentemente, com acesso aos seus dados. Apesar de simples, essa medida pode evitar que a sua conta faça parte de possíveis vazamentos que venham a acontecer no futuro.
Administrador de página tem responsabilidade 
O mais alto tribunal da União Europeia decidiu que o administrador de uma página de fãs no Facebook é responsável por proteger os dados pessoais dos visitantes e não pode se esconder atrás da rede social.
A ação envolvia uma disputa que envolvia uma página de fãs alemã no Facebook que armazenava “cookies” nos discos rígidos dos visitantes para coletar dados sobre eles.
A autoridade alemã de proteção de dados alemã ordenou que uma empresa de educação desativasse a página de fãs, já que os visitantes não eram informados sobre a coleta de seus dados pessoais. A empresa argumentou que não era responsável pelo processamento de dados pessoais do Facebook e qualquer ação deveria ser movida contra a rede social.
“O fato de um administrador de uma fan page usar a plataforma fornecida pelo Facebook para se beneficiar dos serviços associados não pode isentá-lo do cumprimento de suas obrigações relativas à proteção de dados pessoais”, disse o Tribunal de Justiça da União Europeia (ECJ, na sigla em inglês).
Segundo o ECJ, o administrador também participa da decisão sobre quais dados coletar e como processá-los, já que ele pode definir um público-alvo e pedir dados demográficos ou informações sobre os estilos de vida e interesses dos visitantes da página.
O tribunal reafirmou ainda que a autoridade alemã de proteção de dados pode tomar medidas contra o Facebook, apesar de sua sede europeia estar na Irlanda.
O Facebook argumentou que apenas o regulador irlandês tem jurisdição sobre suas atividades, mas vários outros reguladores da UE tomaram medidas contra a empresa por supostamente violar a nova legislação sobre privacidade.
O ECJ decidiu que um regulador tem o direito de exercer seus poderes contra uma empresa, mesmo que a responsabilidade pela coleta e processamento de dados pertença ao estabelecimento daquela empresa em outro país membro — neste caso, o Facebook Ireland



O novo supercomputador mais potente do mundo é um milhão de vezes mais rápido que seu notebook

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Senhores, considerem-se devidamente apresentados ao Summit: um novo supercomputador capaz de fazer 200 milhões de bilhões de cálculos por segundo. A criação do Summit marca a primeira vez em cinco anos que uma máquina dos Estados Unidos aparece ranqueada como a mais potente do mundo.As especificações dessa máquina de US$ 200 milhões desafiam a compreensão. Construído por IBM e Nvidia para o Laboratório Nacional Oak Ridge, do Departamento de Energia dos EUA, o Summit é uma máquina de 200 petaflops, ou seja, ele pode fazer 20 quatrilhões de cálculos por segundo. Isso é cerca de um milhão de vezes mais rápido que um notebook comum. Como colocou o New York Times, um humano precisaria de 63 bilhões de anos para fazer o que o Summit consegue fazer em um segundo. Ou, como apontado pelo MIT Technology Review, "todos na Terra teriam que fazer um cálculo por segundo, o dia inteiro, por 305 dias para calcular o que a máquina nova consegue fazer em um piscar de olhos".
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A máquina, com seus 4.608 servidores, 9.216 chips de processamento central e 27.648 processadores gráficos, pesa 340 toneladas. O sistema está alojado em uma sala de 859 m² na instalação do Laboratório Nacional Oak Ridge no Tennessee. Para manter essa máquina resfriada, 15 mil litros de água são bombeados pelo sistema. Os 13 megawatts de energia necessários para abastecer esse gigante poderia iluminar mais de oito mil lares nos EUA.O Summit é agora o supercomputador mais potente do mundo, 60% mais rápido do que o antigo dono do recorde, o chinês Sunway TaihuLight. Essa é a primeira vez desde 2013 que um computador construído nos Estados Unidos fica com o título, mostrando que os EUA começaram a acompanhar seu principal concorrente, a China. O Summit é oito vezes mais potente que o Titan, segundo supercomputador norte-americano melhor ranqueado.A partir disso, podemos esperar por uma próxima geração de computadores, os chamados "exascale", capazes de executar um bilhão de um bilhão (ou um quintilhão) de cálculos por segundo. E talvez não tenhamos que esperar tanto: os primeiros computadores exascale podem chegar na primeira metade da década de 2020.

Se o cérebro precisa de açúcar para funcionar, por que devemos parar de consumi-lo?

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Mecanismo que abastece nosso organismo de glicose é um exemplo de sobrevivência

Como disse o escritor e químico italiano Primo Levi em seu livro O Sistema Periódico, de 1975, “o destino do vinho é ser bebido, e o da glicose é ser oxidada”. Assim, não é à toa que esse composto orgânico é o principal combustível que fornece energia às células do organismo. Também aos neurônios do nosso cérebro, que, assim como o de todos os mamíferos, precisa de uma dose constante de glicose para funcionar.
No entanto, a OMS recomenda reduzir o consumo de açúcar livre (o que se acrescenta, não o que se encontra de forma natural em alguns alimentos como a frutose, nas frutas, ou a lactose no leite) a menos de 10% da ingestão calórica total do dia, e inclusive estimula que esse consumo seja inferior a 5%, pois isso “produziria benefícios adicionais para a saúde”. Neste ano, também a indústria alimentícia entrou num processo de reformulação de seus produtos para reduzir esses açúcares, além do sal e das gorduras saturadas. Mas por que, se a glicose é fundamental para o funcionamento do cérebro, não é bom que comamos açúcar?

Como o cérebro ‘come’ açúcar

A glicose – o termo vem do grego e significa algo como “açúcar de mosto” – é um composto orgânico muito comum na natureza, uma forma de açúcar formado por grandes moléculas que, através da chamada oxidação catabólica, se transforma em moléculas menores e mais simples, um processo que libera uma importante quantidade de energia utilizada para realizar o conjunto de reações químicas e fisicoquímicas que ocorrem em todas as células vivas do organismo, o que se conhece como metabolismo.
O cérebro especificamente consome 5,6 miligramas de glicose por cada 100 gramas de tecido cerebral por minuto, segundo Ramón de Cangas, da Academia Espanhola de Nutrição e Dietética. No cérebro de um indivíduo adulto, acrescenta ele, a maior demanda por energia procede dos neurônios, que têm gostos exigentes: para elas a glicose é primordial, porque, diferentemente das células comuns, que também obtêm energia de outras fontes, os neurônios dependem quase que exclusivamente dessa substância. Por isso, embora o cérebro represente menos de 2% do peso corporal, gasta até 20% da energia total que o organismo fabrica a partir da glicose; é o seu principal consumidor.

De onde tiramos a glicose

A glicose, portanto, é um componente essencial para a vida, e especificamente para o correto desenvolvimento das funções cerebrais. Entretanto, embora seja um açúcar simples, ou monossacarídeo, não é preciso comer açúcar nem alimentos doces para que o organismo conte com a quantidade necessária, um argumento ao qual frequentemente a indústria alimentícia recorre para justificar a inclusão de açúcares nos seus produtos.
“De fato, se uma pessoa adotasse uma dieta livre de açúcar isso não representaria nenhum problema: o organismo tem vários mecanismos para obter glicose”, aponta De Cangas. “Além de obtê-la através da alimentação, nosso corpo pode sintetizá-la a partir do glicogênio, um polissacarídeo armazenado no fígado e, em menor quantidade, nos músculos. Também se gera glicose a partir de subprodutos das gorduras chamados corpos cetônicos, os quais, em situações de hipoglicemia (baixo conteúdo de açúcar no sangue), podem suprir essa carência.” Outras fontes de energia são os ácidos graxos. “A gordura se armazena em forma de triacilglicerídeos (uma molécula de glicerol e três de ácidos graxos). Nos humanos, os ácidos graxos não podem originar glicose, mas o glicerol pode, embora em quantidades mínimas.”

A quantidade certa: nem muito nem muito pouco

Definitivamente, todos os alimentos que ingerimos acabam, em maior ou menor medida, sendo transformados em glicose, ou seja, em energia para o organismo. O tipo de alimento de mais fácil transformação é o grupo dos carboidratos. Eles incluem os açúcares livres, acrescidos a uma infinidade de produtos, mas também muitos outros, como os cereais, tubérculos, leguminosas, laticínios, frutas e hortaliças. Se mantivermos uma dieta saudável e nosso organismo funcionar bem, não há por que se preocupar: o suprimento de glicose está assegurado, mesmo que nunca mais comamos cup cakes. A evolução já se ocupou de criar recursos para obter o principal suprimento de energia celular.
Mas, como é sabido, o organismo pode falhar por múltiplas razões, também no que diz respeito à obtenção de glicose. Quando o fornecimento não é adequado, ou seja, quando a quantidade de glicose no sangue é excessiva ou insuficiente, ocorrem, respectivamente, hiperglicemia e hipoglicemia.
O diabetes é uma das causas mais disseminadas dessa disfunção, e se deve à resistência à insulina entre os afetados por essa doença. A insulina é o hormônio que se encarrega de regular a quantidade de glicose no sangue. Se ela não funciona, pode ocorrer tanto a hiperglicemia (de forma mais frequente) como a hipoglicemia, e as consequências disso são sempre negativas. “Os níveis permanentemente elevados de glicose no sangue podem causar danos em vários órgãos do corpo, como a retina, o rim, as artérias e o sistema nervoso”, diz De Cangas. “Por outro lado, os níveis baixos de glicose (por exemplo, causados pelo diabetes tipo 1 descontrolado) podem conduzir inclusive a um coma diabético e à morte do paciente.”

Quando o cérebro pede comida, está nos mandando um SOS

Se a glicose escasseia surgem várias disfunções e doenças, conforme evidenciou um estudo realizado por pesquisadores da Alemanha e Estados Unidos. “O metabolismo da glicose proporciona o combustível para a função fisiológica do cérebro através da geração de ATP – adenosina trifosfato, a molécula-estrela no processo de obtenção de energia celular nas reações químicas –, a base para a manutenção celular neuronal e não neuronal, assim como para a geração de neurotransmissores”, explica o estudo.
“Se o metabolismo da glicose for alterado”, diz De Cangas, “podem ocorrer várias alterações neurológicas, bem como obesidade, diabetes tipo 2, demência e Alzheimer: um dos sinais mais precoces dessa doença, aliás, é a redução do metabolismo da glicose cerebral”.
Cabe destacar, acrescenta De Cangas, que “se os neurônios não podem obter a glicose que necessitam, pode-se desencadear inclusive um processo de morte celular por autofagia; ao não contar com o alimento necessário para funcionar, estas células cerebrais obtêm a energia de si mesmas até morrerem”.
Por isso, quando os níveis de glicose estão abaixo do necessário, os neurônios enviam uma série de sinais de alarme ao conjunto do organismo: problemas de visão, irritabilidade, ansiedade, suores, enjoo, sonolência, confusão, fraqueza, fome… Um acervo de mensagens que levam a pessoa a corrigir essa falta de glicose ingerindo alimentos. Se a glicose não aumentar, podem ocorrer convulsões, desmaios e inclusive um coma, que poderia terminar com uma morte neuronal. Por outro lado, os sintomas da hiperglicemia (uma concentração de açúcar no sangue superior a 180 miligramas por decilitro) são sede desmesurada, dor de cabeça, problemas de concentração, visão imprecisa, micção frequente e perda de peso.
“Em seu caminho ascendente, que leva ao equilíbrio e por fim à morte, a vida cria uma alça e se agarra a ela”, diz Primo Levi sobre o processo pelo qual a glicose se oxida e vira energia. Sem dúvida, essa biomolécula é um bom exemplo da maravilhosa capacidade do organismo de adotar as mais intrincadas maneiras de se aferrar à existência.


'Voltei da morte e me descobri presa em meu próprio corpo'



Imagine descobrir-se, subitamente, preso em uma existência em que você não consegue falar, se mover ou mesmo respirar sem ajuda alheia.
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O seu coração parou de bater na ambulância a caminho do hospital, o que significa que você tecnicamente morreu, mas os médicos conseguiram ressuscitá-lo.
Agora, você tem de encontrar um modo de conviver com a nova realidade: estar "preso" dentro de seu próprio corpo, que não responde aos seus comandos.
Sua família, devastada, é avisada pelos médicos a preparar o seu velório, e seu marido decide que vai soltar as suas cinzas na cidade britânica de Cambridge, um lugar onde vocês compartilharam momentos especiais.
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E seus três filhos têm de, imediatamente, tomar medicamentos para prevenir que eles se contaminem com a mesma bactéria mortífera que afetou você.
Foi esse o cenário vivido pela cientista Rikke Schmidt Kjaergaard, então com 38 anos, no primeiro dia do ano de 2013 - tudo em "um piscar de olhos", frase que virou o título de seu recém-lançado livro de memórias (The Blink of an Eye, no original em inglês).

5% de chances de sobrevivência

"Em um intervalo de 12 horas, eu fui de me sentir mal a entrar em coma", ela conta. "Tive falência múltipla de órgãos, choque séptico, centenas de coágulos no sangue. As minhas chances (de sobrevivência) eram muito, muito pequenas."
Os médicos estimaram em 5% a possibilidade de ela sobreviver à meningite bacteriana que a acometera, causada pela mortífera bactéria Streptococcus pneumoniae.
Rikke - que é dinamarquesa e vive em Copenhague - ficou dez dias em coma, sob risco de danos cerebrais.
E, à medida que saía do coma, descobriu-se consciente, mas incapaz de usar seu próprio corpo.

Algo vai mal

Peter, seu marido, foi o primeiro a perceber que algo ia mal.
Tudo começou quando Rikke começou a se queixar de frio depois de um passeio familiar e foi se deitar. Mas logo começou a sentir febre e a vomitar."Peter percebeu antes de mim que as coisas não iam bem", diz ela à BBC News. "Eu tentava dizer a ele que estava apenas gripada."
Peter acrescenta, se voltando à mulher: "Você não estava em condição nenhuma de perceber o quão doente estava. A última coisa que você me disse antes de entrar em coma foi 'Lembre-se de cancelar a sessão de massagem'."
Não havia nenhuma sessão marcada - Rikke já estava delirando àquela altura. Sua temperatura havia subido de 35ºC a 42ºC em apenas 15 minutos.
A família chamou um médico, que prescreveu medicamentos para a gripe. Mas, na manhã seguinte, Rikke não conseguia sequer se sentar. Mais um médico foi examiná-la - e, a essa altura, sua sobrevivência já estava a perigo.
"Se (ele tivesse chegado) dez minutos depois, nós não estaríamos juntos hoje", conta Peter.

'Tudo escureceu'

No caminho ao hospital, o coração dela parou de bater por 40 segundos.
"É um tempo longo", ela diz. "Não tenho nenhuma lembrança disso. Tudo havia escurecido - não havia nada."
Peter conta que, a partir disso, ouviu da equipe médica que deveria se preparar para o momento em que seriam desligados os aparelhos que mantinham sua mulher viva. "Todo o mundo achou isso ia acontecer (a morte de Rikke)."
"Mas ela é muito teimosa", ele acrescenta, sorrindo. "Ela não aceitou abandonar a vida."

Piscar para se comunicar

Ao recuperar a consciência, a gravidade do quadro de Rikke começou a se formar.
"Com o tempo, fui percebendo o que estava acontecendo", ela relembra. "Percebendo que eu não conseguia me mexer ou falar. É terrível a sensação de ficar presa ao seu corpo."
Peter certo dia perguntou a Rikke se ela conseguia vê-lo, e notou que ela piscou. "Foi quando percebemos que ela ainda estava responsiva", conta. "Saber que não tínhamos perdido ela... foi um dos momentos mais bonitos da minha vida."
A partir daí, começaram a se comunicar com piscadelas: uma era "não", duas eram "sim".
"Foi um alívio descobrir que eu conseguia me comunicar", diz Rikke. "Mas, ao mesmo tempo, era tão difícil conseguir fazê-lo."Rikke conta que suas memórias desse período são confusas, mas que ela encontrou forças no marido.
"A única coisa de que eu me lembro bem é de que precisava escutar a voz de Peter, ver Peter", diz. "Quando eu o via ou escutava, me acalmava. Ele foi o meu salva-vidas."
Questionada a respeito de qual foi o momento principal de sua recuperação, Rikke sorri e diz que foram "várias vitórias". Mas acrescenta: "Provavelmente foi a primeira palavra (dita com a recuperação da fala). Meus filhos estavam ali, Peter estava ali. Foi simplesmente incrível."
A palavra que ela escolheu dizer? "Estranho."
Foi a palavra que resumiu suas circunstâncias, bem como o fato de que - como ela mesmo diz - teve de "aprender a fazer tudo outra vez".
"Aprender a respirar, a engolir, a me mexer."

'Viver o dia a dia'

O mais difícil disso tudo, diz Rikke, foi não conseguir "ser mãe e mulher". "Não conseguir estar presente para as crianças e para Peter. Isso foi devastador."
Mas, passados quatro meses de sua internação, quando ela explicou a uma enfermeira o quanto sentia falta de abraçar seus filhos, foi autorizada a dormir com eles na cama hospitalar.
"Eu fiquei nas nuvens", ela lembra. "Eles pularam na cama."
"Com muito cuidado", brinca Peter.
Rikke conseguiu se recuperar depois de cinco meses internada, ainda que com sequelas graves: a maioria de seus dedos da mão tiveram de ser amputados após gangrenarem, e ela é quase cega de um olho.
Mas sobreviveu e se reabilitou, aos poucos e contra todos os prognósticos.
Depois, decidiu abrir sua própria empresa - cuja missão é ajudar pessoas com doenças crônicas a controlar seus dados médicos - e escrever um livro, que ela espera que acolha familiares, médicos e pessoas que vivam experiências semelhantes de enclausuramento dentro do próprio corpo.
"A equipe médica disse que ficaria muito grata por eu escrever isso, para ajudar-lhes (a entender como lidar com pacientes) e facilitar as coisas."
Rikke diz que hoje tem plena consciência do presente que recebeu e quer que sua vivência ajude mais pessoas a darem valor a suas vidas.
"Quero devolver à vida com este livro", diz. "E viver a vida, dia a dia."


























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