domingo, 24 de fevereiro de 2019

Três pessoas foram mortas a tiros na fronteira da Venezuela com o Brasil

Três pessoas foram mortas a tiros e pelo menos 15 ficaram feridas neste sábado (23) na cidade de Santa Elena, a 15 quilômetros da fronteira da Venezuela com o Brasil, segundo médicos venezuelanos. Alguns feridos foram transferidos para hospitais brasileiros.
Há feridos ainda em atendimento no hospital de Santa Elena. A médica venezuelana Carla Servitá disse que o clima na cidade de Santa Elena é de tensão e desordem. Segundo a médica, que chegou em uma ambulância junto com uma vítima, dois dos quatro feridos a bala que chegaram ao Brasil estão em estado grave. Ela informou que um deles levou quatro tiros, um em cada braço, um no abdômen e outro na bacia; o outro levou um tiro na parte superior do abdômen; o terceiro foi baleado na perna; e o último na região do tórax.
Em Pacaraima (RR), segundo moradores, forças de segurança impediram manifestantes de se aproximar da fronteira com bombas de gás lacrimogêneo.
Dois caminhões que levavam mantimentos da Colômbia para a Venezuela foram queimados na ponte Santander, que liga Cúcuta, na Colômbia, à Ureña, segundo o departamento de migração da Colômbia. Nuvens de fumaça negra subiram e se espalharam pelo ar.
Os caminhões estavam em uma caravana de quatro veículos que tentaram seguir viagem depois que os manifestantes romperam uma barreira de obstáculos erguida pela Guarda Nacional Venezuelana. Uma multidão tentou retirar as caixas com os suprimentos dos caminhões enquanto o fogo destruía os carregamentos.
“O regime usurpador se vale dos atos mais vis e tenta queimar um caminhão com ajuda humanitária que se encontra em Ureña. Nossos valentes voluntários estão fazendo uma corrente para proteger a comida e os remédios”, escreveu em uma rede social o líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países.
“O regime usurpador viola o Protocolo de Genebra, no qual se diz claramente que destruir ajuda humanitária é um crime de lesa-humanidade”, afirmou Guaidó.
Antes, militares e policiais lançaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, deixando ao menos seis feridos, nas pontes Simón Bolívar e Santander, que ligam a cidade colombiana de Cúcuta a San Antonio e Ureña, na Venezuela. Os feridos são manifestantes que faziam parte de uma “corrente humanitária” para fazer passar a assistência. Na linha de frente, os manifestantes jogavam pedras para tentar forçar o recuo dos militares. A fronteira entre os dois países foi fechada na noite de sexta por ordem do presidente Nicolás Maduro.

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