Três pessoas foram mortas a tiros e pelo menos 15 ficaram feridas
neste sábado (23) na cidade de Santa Elena, a 15 quilômetros da
fronteira da Venezuela com o Brasil, segundo médicos venezuelanos.
Alguns feridos foram transferidos para hospitais brasileiros.
Há feridos ainda em atendimento no hospital de Santa Elena. A médica
venezuelana Carla Servitá disse que o clima na cidade de Santa Elena é
de tensão e desordem. Segundo a médica, que chegou em uma ambulância
junto com uma vítima, dois dos quatro feridos a bala que chegaram ao
Brasil estão em estado grave. Ela informou que um deles levou quatro
tiros, um em cada braço, um no abdômen e outro na bacia; o outro levou
um tiro na parte superior do abdômen; o terceiro foi baleado na perna; e
o último na região do tórax.
Em Pacaraima (RR), segundo moradores, forças de segurança impediram
manifestantes de se aproximar da fronteira com bombas de gás
lacrimogêneo.
Dois caminhões que levavam mantimentos da Colômbia para a Venezuela
foram queimados na ponte Santander, que liga Cúcuta, na Colômbia, à
Ureña, segundo o departamento de migração da Colômbia. Nuvens de fumaça
negra subiram e se espalharam pelo ar.
Os caminhões estavam em uma caravana de quatro veículos que tentaram
seguir viagem depois que os manifestantes romperam uma barreira de
obstáculos erguida pela Guarda Nacional Venezuelana. Uma multidão tentou
retirar as caixas com os suprimentos dos caminhões enquanto o fogo
destruía os carregamentos.
“O regime usurpador se vale dos atos mais vis e tenta queimar um
caminhão com ajuda humanitária que se encontra em Ureña. Nossos valentes
voluntários estão fazendo uma corrente para proteger a comida e os
remédios”, escreveu em uma rede social o líder oposicionista Juan
Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de
50 países.
“O regime usurpador viola o Protocolo de Genebra, no qual se diz
claramente que destruir ajuda humanitária é um crime de
lesa-humanidade”, afirmou Guaidó.
Antes, militares e policiais lançaram gás lacrimogêneo e balas de
borracha contra os manifestantes, deixando ao menos seis feridos, nas
pontes Simón Bolívar e Santander, que ligam a cidade colombiana de
Cúcuta a San Antonio e Ureña, na Venezuela. Os feridos são manifestantes
que faziam parte de uma “corrente humanitária” para fazer passar a
assistência. Na linha de frente, os manifestantes jogavam pedras para
tentar forçar o recuo dos militares. A fronteira entre os dois países
foi fechada na noite de sexta por ordem do presidente Nicolás Maduro.
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