O WFIRST nos dará a maior e mais profunda imagem do universo desde o telescópio espacial Hubble, abrindo caminho para uma busca ainda mais precisa da vida fora da Terra, e também atuará na pesquisa pela energia escura — a força ainda misteriosa que está no vazio do espaço, e que pode conter as chaves para o entendimento da expansão do universo.
“Queremos saber que tipo de sistemas planetários existem, e para fazer isso, você precisa não apenas olhar para onde as coisas fáceis e óbvias estão — você precisa olhar para tudo”, explica Matthey Penny, principal autor do estudo. O WFIRST deverá encontrar planetas que estão mais longe de suas estrelas em comparação com a maioria dos exoplanetas descobertos até então, com a missão se baseando no trabalho do Kepler, telescópio espacial que localizou mais de 2.600 planetas fora do Sistema Solar, e cuja missão se encerrou em outubro do ano passado. Seu sucessor é o TESS, lançado em em abril de 2018.
“O Kepler começou sua busca procurando por planetas que orbitam suas estrelas mais perto do que a Terra está para o Sol. O WFIRST irá completá-lo encontrando planetas com órbitas maiores”, explica Penny. Para isso, o novo telescópio usará a microlente gravitacional, técnica que depende da gravidade das estrelas e dos planetas para dobrar e ampliar a luz vinda de astros que passam por eles do ponto de vista do telescópio. Este efeito, que está ligado à Teoria da Relatividade de Einstein, permite a localização de corpos muito mais distantes, mas como a microlente funciona somente quando a gravidade de um planeta ou estrela dobra a luz de outra estrela, o efeito de qualquer planeta ou estrela só é visível por algumas horas a cada poucos milhões de anos.
Sendo assim, o WFIRST ficará longos períodos monitorando continuamente 100 milhões de estrelas que estão no centro da galáxia. Ainda, o novo telescópio será capaz de mapear a Via Láctea e outras galáxias vizinhas 100 vezes mais rapidamente do que o Hubble é capaz de fazer. A missão, cujo orçamento é de cerca de US$ 3,2 bilhões, examinará um pequeno pedaço do céu com uma resolução maior do que qualquer outra missão passada e, “embora essa seja uma pequena fração do céu, é enorme se comparada ao que os outros telescópios espaciais podem fazer”, disse Penny.
Até então, a humanidade já descobriu cerca de 700 sistemas planetários contendo mais de um planeta. Contudo, a maioria desses planetas descobertos estão mais próximos de suas estrelas do que a distância entre Terra e Sol. Ou seja: entre esses 700 sistemas já confirmados, é possível que uma parcela deles abrigue uma quantidade ainda maior de planetas que ainda nos são desconhecidos — coisa que o WFIRST promete descobrir.
A missão ainda está em fase de desenvolvimento, sendo que seu planejamento inicial começou em maio de 2018. Ainda não há uma previsão confirmada para o lançamento do telescópio.
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