O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (6) manter os juros básicos da economia estáveis em 6,50% ao ano. Foi a sétima manutenção seguida da taxa Selic, que segue no menor patamar da série histórica, que começa em 1986.
A decisão confirmou a expectativa dos analistas do mercado financeiro, que nesta semana também deixaram de prever aumento da taxa no decorrer de 2019.
Essa deverá ser a última reunião do Copom comandada por Ilan Goldfajn. Ele deve ser substituído na presidência do Banco Central por Roberto Campos Neto, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Para que Campos Neto assuma o cargo, é preciso que o nome dele seja aprovado pelo Senado.
O Banco Central informou que a manutenção da taxa de juros é condizente com as metas de inflação para 2019 e para 2020. E que a “cautela” de suas decisões “têm sido úteis” na busca pelo cumprimento dessas metas.
Por fim, a instituição projetou que a inflação ficará em 3,9% em 2019 e 3,8% em 2020, ou seja, em linha com as metas de inflação predefinidas.
Ranking mundial
Com a manutenção de juros, o Brasil foi do sexto para o sétimo lugar no ranking mundial de juros reais (calculados com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses), compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.
Com os juros básicos em 6,5% ao ano, a taxa real do Brasil é de 2,38% ao ano, ficando atrás da Turquia (5,88% ao ano), Argentina (4,92% ao ano), México (4,22% ao ano), Rússia (3,88% ao ano), Indonésia (3,74% ao ano) e Índia (3,13% ao ano). Em 40 economias pesquisadas, os juros médios estão em 0,16% ao ano.
Rendimento da poupança
Com a manutenção dos juros nesta quarta, o rendimento da poupança também permanecerá o mesmo. Pela regra atual, os rendimentos da poupança estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
Como a taxa Selic permaneceu em 6,50% ao ano, a correção da poupança permanecerá sendo de 70% desse valor – o equivalente a 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
Mas a queda de rendimento afeta também as aplicações conhecidas como prefixadas, ou seja, que têm por base a Selic.
Segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a poupança continuará sendo uma “excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”.
Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite a pessoas físicas comprar títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído o interesse de aplicadores nos últimos anos.
No ano passado, o ouro e dólar foram os melhores investimentos. A poupança ficou na décima colocação.
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