A advogada Janaína Paschoal, professora de Direito da USP, está perto de ser anunciada como candidata a vice na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Os dois se falaram por telefone na quinta-feira (19), e Janaína deve vir ao Rio neste sábado (21) para conversar pessoalmente com o pré-candidato — será a primeira vez em que Bolsonaro e a advogada vão se encontrar. Caso as negociações avancem, a parceria será anunciada oficialmente na manhã de domingo (22), na convenção nacional do PSL. A informação é do jornal ” O Globo”.
Janaína se tornou conhecida por ser uma das autoras do parecer que embasou o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “O meu sentimento é que ela (Janaína) está com vontade de ajudar a transformar o Brasil. Estamos ‘namorando’ por telefone. Ela deu sinal verde. Ela deve vir ao Rio amanhã (sábado) e, provavelmente, no domingo estará na convenção. Pode acontecer de anunciar (a chapa) lá. Vai ser a dupla Já-Já”, disse Bolsonaro, nesta sexta-feira.
“Avaliamos que ela pode contribuir numa campanha à Presidência”, disse Bolsonaro. “Não podemos errar, temos que construir uma candidatura diferente das que estão aí”, acrescentou.
Janaína se filiou ao PSL em abril, no limite do prazo que tornaria possível uma candidatura este ano. Ela foi convidada pelo deputado Major Olímpio (PSL-SP), presidente do partido em São Paulo, a concorrer ao governo do Estado, mas recusou e estudava uma candidatura a deputada estadual. Na quinta-feira, o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno, esteve em São Paulo e conversou com a advogada.
Antes de Janaína, Bolsonaro convidou o senador Magno Malta (PR-ES) para o posto de vice. Malta, no entanto, preferiu disputar a reeleição ao Senado. As negociações entre PSL e PR naufragaram depois, porque o PR exigia uma contrapartida de coligação na eleição para deputado no Rio e em São Paulo, o que o partido de Bolsonaro não considerou vantajoso.
Depois, as tratativas se voltaram para o general Augusto Heleno (PRP), que chegou a aceitar o convite. Neste caso, no entanto, a aliança foi barrada pela direção nacional do PRP. Bolsonaro também descartou a possibilidade de o vice ser o general Hamilton Mourão, que se filiou este ano ao PRTB, partido do presidenciável Levy Fidélix. Procurada, Janaína ainda não respondeu à reportagem.
Arma
Durante um compromisso de pré-campanha em Goiânia, o deputado federal Jair Bolsonaro protagonizou mais uma polêmica. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o parlamentar com uma criança no colo durante um discurso. A menina, que aparenta ter menos de três anos de idade, faz um símbolo com as mãos que representa o uso de uma arma de fogo.
A cena ocorreu em meio a uma multidão de seguidores do político, em cima de um trio elétrico. Algumas pessoas estranharam o fato, mas a maioria aplaudia e gritava palavras de ordem em apoio ao pré-candidato. As fotos geraram polêmica nas redes sociais e críticas de políticos. “Bolsonaro, em Goiânia, pegou uma criança no colo e incentivou gesto simbólico de uma arma empunhada. Eu, como pai, sinto nojo e lamento uma pessoa dessa estar solta por aí, destilando ódio. Bolsonaro não é um adversário eleitoral, é adversário do Brasil”, postou no Twitter o pré-candidato do Psol à Presidência, Guilherme Boulos. Bolsonaro alegou que não estava no local para fazer campanha, mas prometeu liberar a posse de arma de fogo para todos os cidadãos, caso seja eleito.
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