Os acionistas da Embraer também aprovaram a criação de uma joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. Sob os termos da parceria, a Embraer deterá 51% das ações da joint venture e a Boeing, os 49% restantes.
“Essa importante parceria posicionará as duas empresas para oferecer uma proposta de valor mais robusta a nossos clientes e investidores, além criar mais oportunidades para nossos empregados”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer. “Nosso acordo criará benefícios mútuos e aumentará a competitividade tanto da Embraer quanto da Boeing”.
“A aprovação dos acionistas da Embraer é um passo importante no processo de aproximar essas duas grandes empresas aeroespaciais. Essa parceria global estratégica tem como base o longo histórico de colaboração entre Boeing e Embraer, beneficia nossos clientes e acelera nosso crescimento”, disse em nota o presidente e CEO da Boeing, Dennis Muilenburg.
Na véspera, o TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) revogou a liminar que impedia a realização de assembleia. A liminar foi revogada após pedido da AGU (Advocacia-Geral da União).
Entenda a parceria
O acordo entre a Embraer e a Boeing prevê a criação de uma nova empresa de aviação comercial no Brasil, avaliada em US$ 5,26 bilhões. A Boeing deve ser a controladora do negócio, com 80% de participação, ao fazer um pagamento de US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 16,4 bilhões). A expectativa é que o processo de criação da nova companha seja concluído até o fim deste ano.
A Boeing e a Embraer anunciaram no fim de 2016 que estudavam unir seus negócios. A expectativa era de que um acordo entre as duas poderia criar uma gigante global de aviação, com forte atuação nos segmentos de longa distância e na aviação regional, e capaz de fazer frente a uma união similar entre as maiores concorrentes, Airbus e Bombardier, que também se uniram.
A americana e a brasileira tentam consolidar em um mesmo negócio duas operações fortes, uma em aviação de longa distância, outra para deslocamentos regionais. Enquanto a Boeing é a principal fabricante de aeronaves comerciais para voos longos, a Embraer lidera o mercado de jatos regionais, com aeronaves equipadas para voar distâncias menores.
A Embraer foi privatizada em 1994, no fim do governo Itamar Franco, por R$ 154,1 milhões (valores da época), quando o governo obteve o poder de decisão sobre a companhia.
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