segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O general Hamilton Mourão quer exercer de forma discreta o comando interino do País durante a primeira ausência do presidente Bolsonaro

Resultado de imagem para O general Hamilton Mourão quer exercer de forma discreta o comando interino do País durante a primeira ausência do presidente Bolsonaro
Após polêmica envolvendo a nomeação de seu filho para um cargo na assessoria da presidência do Banco do Brasil, o vice-presidente Antonio Hamilton Mourão planeja fazer uma “interinidade discreta” no comando do País durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), de 22 a 25 de janeiro.
Durante a campanha eleitoral, o general da reserva prometeu não ser um “vice decorativo”, mas deve se concentrar apenas em assinar atos de rotina. O período de Mourão na chefia do Executivo será estendido para que, na volta ao Brasil, Bolsonaro seja submetido à cirurgia para retirada da bolsa de colostomia. O procedimento está marcado para o dia 28 de janeiro, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Ainda não está determinado quantos dias ele ficará afastado para se recuperar.
O vice-presidente também adotou a discrição nos primeiros dias de gestão. Após a eleição, foi cogitado que ele assumisse uma função de “gerente” do governo, coordenando os ministérios, mas terminou sem uma atribuição específica no Palácio do Planalto.
Sem uma tarefa definida no governo, Mourão tem se ocupado comparecendo a eventos oficiais e recebendo empresários e parlamentares em seu gabinete. Ele também participou, ao lado de Bolsonaro, das duas reuniões ministeriais, mas, segundo interlocutores, só vai agir sob demanda do presidente.
Enquanto nenhuma tarefa lhe é designada, está reestruturando a vice-presidência, extinta quando Michel Temer chegou ao poder, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O vice também está se cercando de auxiliares que possam ajudá-lo a fazer propostas ao governo. São assessorias especiais nas áreas jurídica, militar, diplomática, institucional e de comunicação, em um total de 60 cargos à disposição. A estrutura ainda não foi publicada no Diário Oficial e seus funcionários terão que se identificar como visitantes para ter acesso ao trabalho.
Advertências
Ao longo da campanha, Mourão atraiu os holofotes por declarações que geraram desconforto entre aliados. Entre elas, disse que lares apenas com mães e avós são “fábrica de desajustados”. Depois, comparou o décimo-terceiro salário e o abono de férias a “jabuticabas brasileiras.”
Desde o fim da eleição, Bolsonaro já o advertiu ao menos quatro vezes para que fosse comedido em suas declarações. Na última, foi desautorizado nas redes sociais. No governo de transição, o vice também teria sido aconselhado a ser mais “recatado”. Mourão nega ter recebido tais recomendações.
Na semana passada, o vice voltou a ganhar os holofotes com a notícia da promoção de seu filho Antonio Rossel Mourão para o cargo de assessor especial da Presidência do Banco do Brasil. Em entrevista à imprensa, ele negou que o caso gerasse mal-estar com Bolsonaro (que estaria contrariado com o incidente):
“Não teve necessidade de falar com o presidente. É uma coisa interna da instituição, que é uma S.A. (sociedade anônima)”, argumentou o ex-general, definindo a polêmica um “assunto morto”.
Nesse sábado, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, negou um pedido de liminar contra a nomeação do filho de Mourão. A ação na Corte foi protocolada por um cidadão. O magistrado entendeu que o pedido não atendia aos requisitos previstos em lei, como o “esgotamento das vias administrativas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário