segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Battisti usava uma barba postiça e documentos falsos ao ser preso na Bolívia

Acusado de terrorismo em seu país de origem, o italiano Cesare Battisti usava uma barba postiça e documentos falsos no momento em que foi preso na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, no final da tarde de sábado. Ele também vestia calça e camisa azuis e estava de óculos escuros.
Ele foi abordado por agentes bolivianos e da Interpol quando caminhava sozinho por uma rua de La Paz. Com a exigência de que se identificasse, respondeu – em português – que não portava documentos. Foi então detido, sem oferecer resistência.
Conduzido a uma delegacia, ele finalmente apresentou uma identificação brasileira. Em vão: avisadas, as autoridades italianas e brasileiras confirmaram que o suspeito era mesmo Cesare Battisti. Para isso, foram feitas comparações físicas e comportamentais. europeu e pelo procurador-geral Antonio Lamanna, responsável pelo processo na Itália.
A última localização de Battisti havia sido situada nas imediações do aeroporto da capital La Paz, dois dias antes de ser capturado. A sua trajetória passou então a ser acompanhada por investigadores e informantes, utilizando uma rede sofisticada de intercepção com mais de 15 aparelhos de celular, tablets e computadores.
O ativista  de 64 anos foi condenado à prisão perpétua na Itália por envolvimento em quatro assassinatos na década de 1970. Com a prisão decretada e a extradição autorizada em dezembro pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no Brasil (onde vivia desde 2004 mediante asilo político), tornou-se foragido.
A caminho
Na tarde desse domingo, Cesare Batistti foi entregue pela Bolívia a representantes da Itália e embarcado em um avião no aeroporto de Viru-Viru, com destino a Roma. Conforme a imprensa de seu país, ele deve desembarcar na capital no início da tarde desta segunda-feira.
O governo brasileiro cogitou que ele passaria pelo País antes de seguir para a Europa, hipótese que não se confirmou. O presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião emergencial com os ministros Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Um avião chegou a ser enviar um avião da Polícia Federal para a Bolívia, a fim de “facilitar o embarque”, mas a Bolívia optou por acionar diretamente a Itália. “O importante é que Cesare Battisti responda pelos graves crimes que cometeu. O Brasil contribui assim para que se faça justiça”, frisou o Itamaraty por meio de nota.
Em postagem na sua conta no Twitter no fim da tarde desse domingo, Bolsonaro comentou a captura do italiano. “O Brasil não será mais refúgio de marginais ou bandidos travestidos de presos políticos”, frisou em um texto escrito com letras maiúsculas.

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