Uma das pastas mais importantes e estratégicas para a retomada econômica do País, o Ministério de Minas e Energia ainda vive sob a dúvida de quem será o seu comandante no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Até o início desta semana, dois nomes lideravam as apostas de quem será o escolhido: Paulo Pedrosa, ex-secretário do ministério, e Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
Na sexta-feira, porém, o deputado federal Jaime Martins (Pros-MG) entrou na disputa. Apesar de fazer parte da CME (Comissão de Minas e Energia) e informar que tem intensa atuação na área, o político mineiro não é um nome muito conhecido entre executivos do setor.
Em nota, ele disse não ter recebido convite oficial para o ministério, mas exaltou seus conhecimentos no segmento e sua versatilidade. De acordo com o comunicado, o deputado é vice-presidente da Frente do Gás, químico industrial, engenheiro mecânico, engenheiro metalúrgico, advogado e especialista em administração financeira e marketing.
O parlamentar também teria proximidade com militares, já que é membro da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra. No setor, o nome do deputado recebeu a simpatia especialmente de executivos ligados à geração de energia hídrica, que esperam uma nova fase de crescimento, depois da forte expansão das energias alternativas (eólica e solar).
Esses mesmos executivos são contrários à indicação de Paulo Pedrosa, que também conta com a antipatia de vários parlamentares do MDB e do DEM, que viram várias de suas demandas no setor serem derrubadas pelo ex-secretário. Esses partidos sempre reivindicaram posições na área, que movimenta bilhões de reais e foi muito usado como moeda de troca para o governo.
O MDB é o partido com maior influência e domina o Ministério de Minas e Energia há décadas. Agora poderá perder esse poder. Nos bastidores, fontes ligadas às empresas do setor afirmam que os parlamentares têm atuado para tirar Pedrosa do páreo e colocar alguém mais alinhado com eles, com um perfil mais político.
Apresentações
Paulo Pedrosa, que tem a preferência de boa parte do setor elétrico, foi convidado para fazer uma apresentação para o professor da Universidade de Iowa, Luciano de Castro, que participou da campanha de Bolsonaro, para o futuro “superministro” da economia Paulo Guedes e para o vice-presidente Hamilton Mourão. Todos ficaram bem impressionados e indicaram o nome para Bolsonaro.
Adriano Pires também entrou na lista como um especialista que tem grande conhecimento na área de petróleo e gás. Assim como Pedrosa, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura foi convidado pela equipe de transição para fazer uma apresentação sobre o setor energético.
Pires tem proximidade com boa parte dos integrantes da equipe econômica de Guedes. De acordo com fontes de Brasília, o DEM – partido do futuro ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e que tentou emplacar José Carlos Aleluia para o cargo – era mais favorável ao nome de Pires.
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