segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O EFEITO BOLSONARO

Jair Bolsonaro há um bom tempo é uma preocupação para a campanha governista no Piauí. Em setembro de 2017, quando Lula esteve no Piauí, a campanha de Wellington Dias já estava à todo vapor e a estratégia — a mesma até hoje — era usar a imagem de Lula para melhorar a do atual governador junto a um eleitorado já cansado de votar nele.
Foram 20 dias de exposição de Lula: uma semana de frisson midiático na prévia da visita da Caravana Lula, 4 dias do ex-presidente no Piauí com ampla cobertura ao vivo em rádio e tv e mais uma semana de mais propaganda sobre ele ter vindo ao Piauí. Depois disso mandaram fazer uma pesquisa, daquela vez sem manipulação, para medir o impacto.
Lula pontuou com 67%, o mesmo patamar de hoje. Wellington não passou dos 42% mesmo colado no companheiro famoso, sem ter nenhum candidato de oposição ao governo. A surpresa: Bolsonaro, teoricamente desconhecido, que só tinha vindo ao Piauí uma única vez, pontuou com acima dos 10%, coisa incrível aos olhos do PT piauiense. Pontuou bem até mesmo nas cidades por onde Lula passou, como Marcolândia.
A pesquisa foi incinerada numa lata de lixo do Mirante do Lago. Wellington temeu que aliados tivessem acesso à comprovação de uma imagem enfraquecida do petista e lhe impusessem condições de apoio. Isso foi há um ano.
Estamos em 2018 e o que ainda está mantendo a cambaleante campanha de Wellington em pé junto ao eleitorado é a imagem de Lula — além do cacife de Ciro Nogueira (Progressista) junto aos líderes políticos. E isso tende a diminuir também.
O atentado contra Bolsonaro muda a lógica da campanha nacional e, consequentemente, as campanhas regionais também. A comoção vai mudou de lado, saindo do presídio em Curitiba para o hospital em São Paulo. Sem falar que Bolsonaro acabou de ganhar uma coisa que a campanha dele não tinha: tempo de TV. A superexposição do nome dele nos noticiários por conta do acompanhamento de investigações e recuperação do atentado marca Bolsonaro como vítima e divulga seu nome.
O PT está querendo antecipar a mudança de candidato e até nesse ponto já existe um novo problema: talvez não seja Haddad, mas Jaques Wagner o escolhido. Será uma confusão de nomes e imagens. Do outro lado, uma junção de desejo de mudança com reação ao atentado.
Wellington Dias navega hoje em mares desconhecidos: um grande revés no cenário  nacional.

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