Neste mês de setembro, uma equipa constituída por investigadores da Universidade Shizuoka e outras instituições, no Japão, vai conduzir os primeiros testes de um protótipo de um projeto destinado a construir um “elevador” que irá ligar a Terra à Estação Espacial Internacional. O objetivo é transportar carga, mas também pessoas e a ideia é substituir o uso de foguetões.
Os cientistas querem experimentar e observar o comportamento das peças mecânicas envolvidas num projeto desta dimensão fora da atmosfera e da gravidade da Terra. Para isso vão reproduzir o sistema em “miniatura” e testá-lo no Espaço.
No dia 11 de setembro, serão enviados para a Estação Espacial Internacional (ISS) dois microsatélites, cada um com apenas 10 centímetros, para depois serem lançados no espaço pelos astronautas, ligados um ao outro por um cabo de aço de cerca de 10 metros.
A par dos satélites, será lançado um contentor que irá fazer de cabine de elevador e que será movido através do cabo que liga os satélites usando um motor. Uma câmara acoplada aos satélites vai registar os movimentos da “cabine”.
Mesmo que a pequena reprodução tenha sucesso na sua missão, ainda vai demorar muito até que um projeto idêntico possa ser reproduzido em larga escala e transformado num verdadeiro elevador entre a Terra e a ISS, segundo explica o jornal japonês Mainichi, citado por várias publicações.
Para isso vai ser necessário ultrapassar determinados obstáculos, como desenvolver cabos especiais capazes de resistir aos raios cósmicos de alta intensidade, garantir a transmissão de eletricidade da Terra para o Espaço e evitar colisões com os detritos que circulam pela órbita do planeta.
Redução drástica de custos
Caso apresentem bons resultados, os testes realizados pela Shizuoka University devem representar um passo de suma importância para o estabelecimento de um elevador espacial plenamente funcional. De acordo com os envolvidos no projeto, semelhante meio de transporte poderia tornar até 100 vezes mais barato o traslado de cargas ou de passageiros; e isso por meio de uma empreitada de custo análogo ao de um trem maglev intermunicipal.
Uma das principais interessadas é a Obayashi Corp., empresa que atua como assessora técnica o experimento e que possui também um protótipo próprio para a estrutura. No caso, o elevador-conceito da Obayashi é composto por dois carros ovais, cada qual medindo 18 metros de comprimento e 7,2 metros de diâmetro, com capacidade para 30 pessoas.
Oito dias a 200 quilômetros por hora
Os carros devem ser conectados simultaneamente à EEI e a uma base sobre o oceano, representando uma viagem de 36 mil quilômetros – ou oito dias, a uma velocidade média de 200 quilômetros por hora. “Na teoria, um elevador espacial é altamente plausível”, afirmou o cientista responsável pelos testes, Yoji Ishikawa, em entrevista ao referido site. Para ele, trata-se de uma tecnologia necessária, já que “as viagens espaciais devem se tornar algo popular no futuro.”
Já o supervisor da Obayashi Corp., Prof. Yoshio Aoki, reforça a necessidade de uma joint venture multi-institucional para tirar a coisa toda do papel. “É essencial que as indústrias, as instituições de ensino e os governos se juntem para o desenvolvimento da tecnologia”, disse Aoki ao The Mainichi.
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