sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro disse que o Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser “rasgado e jogado na latrina”

Em entrevista coletiva nessa quinta-feira no interior de São Paulo, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, atacou duramente o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente, criado em 1990). Segundo ele, o documento deveria ser inutilizado: “Tem que ser rasgado e jogado na latrina, pois é um estímulo à vagabundagem e à malandragem infantil”.
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O assunto surgiu ao ser questionado por um jornalista sobre a denúncia de racismo contra o parlamentar e presidenciável, liberada para ser julgada no STF (Supremo Tribunal Federal). Em vez de abordar o tema, Bolsonaro passou a criticar a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que o processa por ofensas.
Ele disse que a colega do Legislativo não votou para aprovar o projeto que permite que menores de idade que praticassem crimes junto com adultos fossem julgados como se tivessem mais que 18 anos de idade.
Armas para crianças
Em um recente “corpo a corpo” com eleitores, o candidato pegou um menino no colo e perguntou a ele se sabia atirar. “Você sabe atirar? Então atira!”, disse ele à criança, enquanto tentava fazer com que ela apontasse o dedo em direção ao público, imitando uma arma.
O garoto, aparentando cerca de 4 anos de idade, usava uma réplica infantil do uniforme da PM (Polícia Militar) e o diálogo foi divulgado na imprensa.
Criticado por Bolsonaro, o ECA considera crime “vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo”. A pena prevista é de três a seis anos de prisão.
Sobre a cena, o candidato reafirmou: “Eu encorajo, sim, o uso arma de fogo para crianças. Não podemos mais ter uma geração de covardes, de ovelhas morrendo nas mãos de bandidos sem reagir. A realidade é muito diferente da teoria que está aí”.
Desde quarta-feira, o presidenciável cumpre uma agenda em cidades do Oeste paulista. O presidenciável iniciou na quarta-feira em Presidente Prudente uma agenda pelas cidades do oeste paulista (a entrevista aconteceu em Araçatuba). Com defesa de pautas da bancada ruralistas (liberar armas, tornar terrorismo a ocupação de terras e outros temas), Bolsonaro quer conquistar votos na região, tradicional reduto do PSDB de Geraldo Alckmin.
Mais cedo, durante uma visita a Glicério, cidade de cerca de 4,5 mil habitantes e onde ele nasceu, Bolsonaro havia revelado que ensinou seus filhos a atirar ainda na infância: “Os meus filhos todos atiraram desde os 5 anos. É real, não é ficção”.
Na conversa com jornalistas, Bolsonaro também voltou a defender que os pais ensinem os filhos sobre o uso das armas e observou que, em comunidades carentes, crianças já usam fuzis. “Eu defendo que um pai ensine o que é uma arma de fogo para seu filho, para que serve. Nas comunidades, tem moleque usando fuzil maior do que ele. Não podemos gerar uma geração de submissos, partir para esse tipo de política de se entregar, de não reagir”, bradou.
Ele também voltou a defender a redução da maioridade penal e mencionou que votou um projeto de emenda constitucional para que adolescentes respondesse como adultos, caso cometesse um crime de estupro. O candidato afirmou que, caso um menor cometa um crime contra alguém de sua família, o criminoso “não terá outra chance”.
“Cachorro de seis meses de idade não morde a gente. Como um outro animal, com 17 anos, pode dar um tiro na gente, estuprar, matar, fazer e acontecer mas tem gente achando que eles não estão devidamente formados? Se matar um parente meu, pode ter certeza que esse cara não terá outra oportunidade”.

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