O próximo Mundial acontecerá no Catar, em 2022. Será a primeira vez que um país árabe organizará a principal competição de futebol do mundo, com promessa de muita mobilidade e transformações, inclusive com uma cidade que deixou de ser um deserto para ganhar prédios modernos e uma arena que receberá jogos de abertura e final: Lusail. É uma oportunidade única para o país receber milhares de turistas e fãs do esporte, e de mostrar do que é capaz. A garantia é de entrega de todas as obras, mobilidade e estádios em 2020, dois anos antes do pontapé inicial nos gramados.
Hoje o Catar é um grande canteiro de obras, mas em breve terá oito novas arenas que receberão as seleções no Mundial de 2022. Para transformar e modernizar a mobilidade urbana no país, além de dar conforto aos milhares de torcedores que estarão nas ruas, as obras do metrô andam em ritmo acelerado. Para se ter uma ideia da magnitude do projeto, sete dos oitos estádios terão acesso pelos trilhos. Mas a grande novidade está no objetivo dos cataris: fazer com que o torcedor possa assistir dois ou três jogos no mesmo dia.
Como isso é possível? O Mundial deixa a Rússia, o maior país do mundo, para ser organizado por um estado que tem território pequeno. Sai de uma área de 17.124,442 de quilômetros quadrados para 11,581 ml quilômetros quadrados. Com apenas cinco sedes, a maior distância entre os estádios será de 55 quilômetros: Al Khor, que fica ao norte, e Al Wakrah, no sul do território.
Na expectativa de receber milhares de turistas, estimados em pelo menos 500 mil, os cataris garantem estar preparados para tanta gente de fora num país que tem 2,6 milhões de habitantes. Hotéis estão sendo construídos, cruzeiros serão alocados para servir como hospedagem, e há um projeto de fazer estruturas no deserto para os fãs. A competição também passou para os meses de novembro e dezembro em 22.
Marshal Esmael Shahbik, diretora de Turismo e Festivais do Ministério do Turismo no Catar, afirmou que o Mundial vai trazer muitos visitantes de outros países e terá um grande impacto no turismo do país. “Em nossos planos isso já é previsto. Assim, queremos mostrar a grande estrutura que temos no país para receber tanta gente junta e para que as pessoas voltem depois para Doha”, concluiu.
Qatar National Vision 2030
O país parece estar sempre preparado para respostas e dúvidas. Quando questionado sobre os prazos para obras, a resposta é direta. Em 2020, tudo estará pronto. Tudo isso faz parte de um grande projeto do país: Qatar National Vision 2030. Trata-se de um plano de desenvolvimento lançado em 2008, com objetivo de transformar o país até 2030 em uma sociedade totalmente desenvolvida nos campos econômico, social, humano e ambiental. O Mundial serviu para adiantar vários trabalhos, como as obras de mobilidade do metrô.
“O Catar tomou o tempo suficiente para fazer o desenvolvimento. Tem muito trabalho para ser feito, mas o tempo é compatível como o tanto que se espera que seja feito. E não vejo grandes problemas em termos de entregas de projetos, até agora os projetos estão em bom andamento”, afirmou o brasileiro Giuliano Guize, engenheiro brasileiro que mora há seis anos no país e é projetista no Comitê Organizador.
Se o Mundial chega ao Catar com uma verdadeira missão de deixar um enorme legado e transformar todo um país e uma sociedade, o desafio é encarado com confiança pelas principais autoridades do país. Para Nasser Al Khater, secretário-geral assistente da competição de 2022, essa é a grande oportunidade para o país:
“Legado é uma palavra abrangente. Desde o início, definimos legado como ‘A nossa visão nacional’. A visão 2030 olha o legado de forma econômica, ambiental, social e de capital humano”, afirmou o secretário-geral.
Nasser Al Khater também afirma que o país conseguiu oferecer melhores condições de trabalho para os operários, depois de muitas denúncias e acusações de violações de leis trabalhistas.
Bebidas
Algumas questões ainda não estão claras no Catar para o Mundial que será realizado em 2022. É proibida a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos locais. Apesar de a cerveja ser um dos produtos mais consumidos durante a competição – um dos principais patrocinadores é uma marca de cerveja -, os cataris tratam com cautela esse tema. Alguns dizem que não tem como não vender o produto, outros falam em limites de locais para consumo e comercialização.
Estádios
Sete estádios foram construídos para o Mundial, e apenas um foi reformado: o Khalifa, justamente o que já está pronto e tem capacidade para 40 mil pessoas. Durante o Mundial deste ano, foi palco de uma estrutura para já deixar os fãs com o gostinho e o clima da competição.
O único estádio que permanecerá com a mesma capacidade é o Khalifa. Os outros terão redução após o Mundial.
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