sábado, 30 de junho de 2018

“Quer dizer que sou mais bandido que o Lula?”, questionou o presidenciável Jair Bolsonaro sobre a sua rejeição

O pré-candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), criticou ao jornal O Estado de S. Paulo o resultado da pesquisa CNI/Ibope, divulgada na manhã da última quinta-feira (28), que o aponta como o maior índice de rejeição entre os presidenciáveis. O pré-candidato aparece com 32% de rejeição, seguido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava-Jato, com 31%.
“Quer dizer que eu sou mais bandido que o Lula? Não dá para acreditar nisso. Minha pesquisa é o aeroporto, o povo com que falei hoje na praça pública (em Fortaleza-CE, onde fez agenda de campanha). O que vale é a rua”, disse o deputado federal e presidenciável. Bolsonaro também disse não acreditar ter mais rejeição do que o petista.
O parlamentar comentou ainda o fato de ser apontado com menos voto no Nordeste do que a ex-ministra Marina Silva, pré-candidata da Rede à Presidência da República. A pesquisa revela que em um cenário sem Lula, Marina Silva estaria com 16% na região, Ciro Gomes 14% e Jair Bolsonaro 10%.
“Manda ela anunciar uma agenda no Nordeste para ver. A minha resposta aqui nas ruas é muito maior”, disse.
No Brasil, em um cenário sem Lula, Bolsonaro fica empatado tecnicamente com Marina, com 17% das intenções de voto, enquanto ela tem 13%. O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) tem 22% de rejeição, enquanto Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) têm 18%. Rodrigo Maia, do DEM, é rejeitado por 13%, seguido por Fernando Haddad, do PT, com 12%, Henrique Meirelles, do MDB, com 11%, e Levy Fidelix, do PRTB, com 10%.
Racismo
Em visita a Fortaleza (CE), o pré-candidato do PSL disse que no Brasil não existe racismo. “Aqui no Brasil não existe isso de racismo, tanto é que meu sogro é Paulo Negão e quando eu vi a filha dele não queria saber quem era o pai dela”, afirmou a uma plateia de cerca de 1.500 pessoas em um hotel na praia de Iracema.
A afirmação de Bolsonaro foi feita no mesmo dia em que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu em parecer o recebimento da denúncia no STF (Supremo Tribunal federal) contra o presidenciável por racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs.
A denúncia narra que em uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril de 2017, o deputado, em pouco mais de uma hora de discurso, “usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais”.
O deputado federal também aproveitou o evento em Fortaleza para fazer críticas ao programa Mais Médicos, do governo federal. Segundo ele, Cuba exportou ao Brasil guerrilheiros “fantasiados de médicos”.

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