O tombo de mais 14% das ações da Petrobras nesta segunda-feira fez com que a estatal chegasse ao final do pregão perdendo 126 bilhões de reais em valor de mercado, uma queda de 34,2% desde o início da greve dos caminhoneiros, segundo dados da Bloomberg. A empresa perde valor na mesma proporção que aumento o temor do investidor de que a estatal volte a ser usada como ferramenta política.
Foi pouco tempo que durou a volta da Petrobras ao posto de maior empresa em valor de mercado do Brasil no dia 10 de maio, passando à frente da fabricante de bebidas Ambev. Na véspera do início da paralisação, a estatal era avaliada, com base no valor de suas ações, valia R$ 368 bilhões – maior valor recente foi no dia 16, quando atingiu R$ 388 bilhões. Agora ela está avaliada em 242 bilhões de reais. Só vem perdendo valor.
“A paralisação dos caminhoneiros foi deletéria para a Bolsa, mas principalmente para a Petrobras. Ela cai 35% em uma semana. Isso é reflexo do temor da Petrobras ser usada para corrigir problemas do país. A empresa não tem condição financeira para isso”, disse Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos L & S.
Nesta segunda-feira, a Petrobras informou que manterá a redução no preço do óleo diesel por 60 dias, conforme proposta do governo federal, e que após esse prazo o reajuste será mensal. Na política de preços adotada pela companhia, os reajustes de preços dos combustíveis poderiam ser até diários, de acordo com o comportamento do dólar e do petróleo no mercado internacional.
As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras despencaram 14,59%, cotadas a R$ 16,91 e as ordinárias (ONs, com direito a voto) recuaram 14,06%, a R$ 19,79.
A estatal já tinha perdido o posto de maior empresa em valor de mercado logo no início da crise com os caminhoneiros. Nesta segunda-feira, caiu para a quarta colocação, com Itaú (R$ 264,9 bilhões) e Vale (R$ 269 bilhões) na frente. A liderança está com Ambev, com R$ 310 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário