No jogo diplomático entre Brasil e Venezuela ocorreu um fato que nenhum dos dois países tiveram interesse de fazer propaganda: a entrega de 864 mil comprimidos usados para tratamento de pessoas com Aids. Os comprimidos antirretrovirais chegaram em 2 de março na Venezuela e foram entregues pela Opas, o braço panamericano da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No mês passado, Estados Unidos e Brasil enviaram alimentos e outros tipos de ajuda humanitária para o país vizinho, na tentativa de impulsionar Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente. Os recursos foram negados pelo seu opositor, Nicolás Maduro. Para
o governo Bolsonaro, a ajuda humanitária soaria como um apoio ao regime
venezuelano. Do outro lado da fronteira, Maduro não tem o menor
interesse em reconhecer o gesto brasileiro.
A
Venezuela enfrenta uma das maiores crises de combate à doença, vendo
crescer o número de mortes e infectados pelo vírus HIV. Segundo a Unaids, a taxa de pessoas contaminadas com o vírus HIV hospitalizadas
disparou. Estima-se que ocorram entre 20 e 30 mortes relacionadas à
doença todos os dias no país. Hoje 62 mil venezuelanos têm o vírus HIV. A
ausência de medicamento tem levado muitos deles a viajarem para as
fronteiras para comprar remédios superfaturados ou terem acesso a
doações de organizações não governamentais.
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