O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) transportando ajuda
humanitária à Venezuela, que decolou na manhã desta sexta (22) da Base
Aérea de Brasília, pousou em Boa Vista, capital do Estado de Roraima. A
aeronave transporta 23 toneladas de leite em pó e 500 kits de primeiros
socorros.
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse na
quinta-feira (21), em entrevista á imprensa, no Palácio do Planalto, que
o Brasil manteria o planejamento de ajuda humanitária à Venezuela,
mesmo após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar o
fechamento da fronteira. Segundo o porta-voz, a estimativa é fazer
chegar à região fronteiriça alimentos e remédios neste sábado (23).
“O planejamento da parte do governo brasileiro permanece o mesmo,
estando em condições, a partir deste sábado, para prover os irmãos
venezuelanos dentro do território venezuelano se houver a
disponibilidade de meios e motoristas por parte dos venezuelanos
liderados pelo Guaidó (Juan Guaidó, presidente interino)”, disse Rêgo
Barros.
Segundo o porta-voz, a disposição do Brasil aguarda a chegada dos
caminhões vindos da Venezuela, conduzidos por venezuelanos, mesmo que
isso demore mais que o previsto.
Rêgo Barros disse ainda que não há risco dos alimentos e remédios
estragarem em depósitos de Boa Vista, em Roraima, à espera da abertura
da fronteira. “O tempo dos medicamentos e alimentos que estamos levando
tem um prazo de validade bastante alongado. Dois, três meses [estocados]
não nos preocupa.”
Os primeiros insumos para a ajuda, com 51 toneladas de arroz e
açúcar, já chegaram de caminhão na quinta (21) na capital. Os
mantimentos estão armazenados na sede da Base Aérea, a Ala 7, em Boa
Vista.
Fechamento da fronteira
Por ordem do presidente Nicolás Maduro, a fronteira da Venezuela com o
Brasil foi fechada às 20h (21h de Brasília) dessa quinta. Venezuelanos
não podem atravessar a fronteira a pé e nem de carro. Do lado
brasileiro, o trânsito é liberado, mas quem tenta entrar na Venezuela
não consegue autorização de militares do país vizinho. No entanto,
vários grupos têm usado rotas alternativas no entorno da BR-174, em
Pacaraima, bloqueada pela Venezuela.
O fechamento da fronteira é para tentar barrar a ajuda humanitária
oferecida pelos EUA e por países vizinhos, incluindo o Brasil, após
pedido do autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. A Rússia e a
China, que apoiam o regime de Maduro, afirmaram que a entrada de ajuda
humanitária na Venezuela pode criar conflitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário