segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Aliados do governo estão preocupados com a atuação de Flávio e Eduardo Bolsonaro no Congresso Nacional

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O novo Congresso Nacional foi empossado há quase duas semanas. Neste curto período, parlamentares já perceberam que uma associação será inevitável: tudo o que dizem os filhos do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), será diretamente relacionado ao governo. Para diminuir os riscos de turbulência, ambos já foram aconselhados por aliados a adotar tom de cautela. As informações são do jornal O Globo.
Desde que começou o ano legislativo, ambos são assediados por aliados e pela imprensa. Alvo de uma investigação sobre transações financeiras atípicas, Flávio prefere não abordar o tema.
Apesar dos conselhos, na última quarta-feira, depois de ignorar jornalistas durante a semana, Eduardo foi incentivado pela segunda condenação do ex-presidente Lula. Foi ao plenário comemorar. Considerou a extinção do PT e apresentou a ideia de que o pacote do ministro Sérgio Moro poderia ser “um termômetro” para a reforma da Previdência. No mesmo dia, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou que a reforma é a prioridade.
Um deputado do DEM próximo ao ministro Onyx Lorenzoni criticou o fato de Eduardo ter usado a tribuna para atacar Lula. O parlamentar ponderou que o filho do presidente precisa compreender o papel de quem é governo e trabalhar para pacificar o plenário. Disse ainda que o desejo do governo é que os filhos atuem com discrição para evitar crises na base.
Eleito senador por São Paulo, Major Olímpio (PSL), parlamentar próximo a Eduardo, acredita que a associação com o pai foi intensificada durante a campanha eleitoral. Segundo ele, após o atentado sofrido por Jair Bolsonaro, Eduardo percorreu as ruas representando também o pai.
Houve uma identificação da população do Eduardo com a figura do Bolsonaro. Aquele negócio de fazer uma selfie, milhares de pessoas acompanhando. Aí explodiu o assédio e a vinculação de ativistas de direita”, diz o senador, que participou da campanha.
Olímpio reconhece que a conexão dos filhos com o governo é algo evidente: “São sabedores de que têm uma influência diferenciada porque estão na intimidade do presidente.”
Na confusa eleição para presidência do Senado, durante a primeira votação, Flávio Bolsonaro contrariou seus eleitores ao decidir pelo voto fechado.
Explicações
Sou a favor do voto aberto, mas nessa ocasião específica, por ser filho do chefe de outro poder, optei por não abrir meu voto, para evitar especulações com intuito de prejudicar o governo. Que o eleito, independentemente de quem for, apoie as pautas que o Brasil necessita”, escreveu no Twitter.
Depois de 82 votos serem contabilizados, em uma Casa com 81 senadores, houve nova votação. Na segunda oportunidade, Flávio mudou de postura e declarou voto no vitorioso Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Quando foi escolhido para ocupar o cargo de terceiro secretário no Senado, na quarta-feira, houve contestação em plenário sobre o parentesco de Flávio com o presidente da República.
Não me parece de bom senso na ordem hierárquica, na Mesa do Senado Federal, na Mesa do Congresso, nós termos alguém que tem relação consanguínea direta, vertical, com o chefe do poder Executivo”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A investigação do Ministério Público do Rio sobre movimentações atípicas preocupa, pois pode atingir o governo. Jair Bolsonaro já se manifestou sobre o caso afirmando que “não é justo atingir um garoto”, já que o caso seria “para tentar atingir” o presidente.
No Congresso, a oposição articula uma CPI para investigar as milícias. Um dos objetivos é apurar a suposta ligação de Flávio com milicianos. O chefe do chamado “escritório do crime” no Rio de Janeiro, capitão Adriano, está foragido e é procurado pelas autoridades do Estado do Rio de Janeiro. Sua mulher e mãe foram empregadas no gabinete de Flávio. Ao escolher o caso, a oposição pretende minar o governo.

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