O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta segunda-feira (7) que o banco público possui uma dívida de R$ 40 bilhões com o governo federal, sem prazo para pagamento. Ele disse que pagará esse montante nos próximos quatro anos.
“Isso não é justo (dívida sem prazo). Todos temos prazos para pagar, e esses R$ 40 bilhões serão pagos”, disse. “É uma determinação do meu chefe, o ministro da Economia e temos várias maneiras [de fazer o pagamento]. Uma delas é abrir o capital de empresas que são controladas pela Caixa. A princípio, as operações de cartões, seguros, ‘asset’ [ativos] e loterias”, disse.
Abrir o capital significa vender ações da empresa na Bolsa de Valores. Com a operação, a companhia passa a ter outros investidores como sócios, além do Estado.
Guimarães declarou que as medidas estão adiantadas e duas ou três operações de abertura de capital serão realizadas ainda em 2019. Seguridade, cartões e loterias são as que devem ser ofertadas ao mercado.
“A de loterias, temos a empresa pronta. A que vai demorar mais é a de ‘asset’. Temos que criar uma DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários)”, afirmou.
Guimarães tomou posse nesta segunda, em cerimônia com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Crédito habitacional
O novo presidente da Caixa Econômica Federal afirmou ainda, após cerimônia de posse no Palácio do Planalto, que a classe média terá de pagar juros de mercado para o financiamento habitacional.
Segundo ele, serão juros maiores do que os oferecidos nas operações do Minha Casa Minha Vida, programa habitacional que conta com juros subsidiados para a população de baixa renda.
“Se hoje você tem zero de empréstimo para pessoas de classe média, não vão ser os juros do Minha Casa Minha Vida. Quem é classe média tem de pagar mais. Ou vai buscar no Santander, Bradesco, Itaú. E vai ser um juros de mercado [na Caixa Econômica Federal]. A Caixa vai respeitar os juros de mercado”, afirmou.
O novo presidente da Caixa também disse que vai “vender” até R$ 100 bilhões em operações de crédito imobiliário que a instituição possui aos agentes do mercado como forma de obter mais recursos.
Esse tipo de operação é conhecida como “securitização”, uma prática que consiste em agrupar esses ativos, convertendo-os em títulos que podem ser negociados no mercado de capitais.
“A Caixa vai passar a ser uma originadora de crédito imobiliário, mais do que reter no balanço. Esse é um tempo de anos. Não vai acontecer em dois, três, quatro anos. O objetivo nos próximos dez anos é que a Caixa passe a originar 70% do crédito, mas venda uma parte relevante. É assim que é salutar”, declarou.
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