Esfaqueado no abdômen na tarde durante um ato de campanha na última quinta-feira, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, ainda sente dores decorrentes do ferimento e da cirurgia à qual foi submetido. Mas ele não deverá ter sequelas, prevê o médico Cicero Rena, cirurgião-chefe da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG).
Faltando menos de um mês para a eleição presidencial, no entanto, ainda é impossível prever quando ele poderá retomar a campanha nas ruas – se é que isso acontecerá. E tudo indica que ele está, de fato, de fora das atividades em contato direto com os eleitores.
Na noite dessa sexta-feira, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidenciável, declarou que o seu pai “inevitavelmente” não vai poder desempenhar o “corpo a corpo” com o eleitorado, um aspecto considerado essencial pelos candidatos.
Ainda de acordo com o primogênito (que concorre a senador nesta eleição), a partir de agora Bolsonaro deve continuar dando as orientações sobre a estratégia da campanha, mas deve se concentrar nas redes sociais. Ele também já teria admitido a possibilidade de que os filhos representem o pai em eventos de rua.
“Eu vou tratar disso com o meu pai neste sábado, porque a sexta-feira foi um dia cansativo para ele”, frisou Flávio. “Mas é inevitável, ele não vai mais poder fazer campanha em rua e vai usar os canais dele nas redes sociais, que são o seu forte. Sobre a estratégia, no sentido de como será cada momento a gente ainda não conversou ainda.”
Indagado se os filhos podem assumir o lugar de Bolsonaro em agendas de rua, ele respondeu, fazendo uma alusão à hierarquia militar: “O que o capitão determinar o soldado fará, com certerza”.
Internação
O presidenciável está internado no Hospital Israelista Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera da cirurgia realizada em Minas Gerais. Especialistas estimam que recuperação total de Bolsonaro leve cerca de dois meses.
De acordo com o filho Flávio, o presidenciável está em estado estável e tem feito até piadas, mas precisa descansar. Por isso, a partir de agora o acesso ao quarto do paciente será restrito a familiares.
Questionado sobre vídeos que circulam nas redes sociais nos quais pastores e políticos falam em campanha eleitoral ao lado da cama do presidenciável, Flávio disse que foram gravados com a autorização de Bolsonaro: “Ele é quem autoriza a entrada dessas pessoas. Não tem nada de indevido nisso”.
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