Com a contrariada anuência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT já se prepara para a retirada de sua candidatura à Presidência na próxima terça-feira (11), prazo fixado pela Justiça para sua substituição. A ideia é que o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seja anunciado durante um ato em apoio ao ex-presidente.
Segundo petistas, muito a contragosto, Lula tem admitido a possibilidade de substituição no dia 11 mesmo que seja acolhido, em caráter liminar, um recurso apresentado pelo partido ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela manutenção de sua candidatura.
Na noite de segunda-feira (3), durante reunião do conselho político da campanha, o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira alertou para o risco de perda de registro da candidatura petista, caso a liminar seja acolhida pelo STF, mas o plenário rejeite o recurso depois do dia 17 de setembro, que é a data fatal para troca de candidatos.
Após reunião com Lula, Pereira falou com os integrantes do conselho político da campanha por meio de uma teleconferência. O advogado explicou que o registro da chapa será anulado, se o nome de Haddad não for oficializado até lá.
Vice-presidente nacional do PC do B, Walter Sorrentino manifestou preocupação com os prazos, além da ameaça de o eleitorado de Lula se dispersar antes que Haddad seja apresentado como seu sucessor. Segundo participantes da reunião, Pereira respondeu que essa é uma decisão política. Procurado, Pereira afirmou: “Tenho uma procuração do ex-presidente Lula e ele me mandou recorrer até quando for possível”.
Transição
O programa da campanha do PT à Presidência no rádio e na TV nesta terça-feira (4) continuou a defender a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao mesmo tempo, no horário gratuito, o partido começou a sinalizar a substituição do ex-presidente por Fernando Haddad, atual vice na chapa.
Assim como no sábado (1º), a propaganda foi aberta com a leitura da decisão do Comitê dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) que defende o direito de Lula de ser candidato. Dessa vez, porém, acrescentou a informação de que a candidatura do petista foi barrada pelo TSE. Na sequência, o petista aparece defendendo os feitos de seus governos e prometendo um País melhor.
“O povo sabe o que aconteceu no período em que governamos esse País. Esse povo sorria. Esse povo comia. Esse povo trabalhava. Esse povo recebia salário. Esse povo estudava. Ele sabe disso, que nós fizemos um Brasil melhor nesses 12 anos e isso é possível a gente devolver para o povo”, afirma Lula.
“Haddad é Lula”
Haddad é então apresentado após uma música que diz que na “seca a esperança vive” e que “Haddad é Lula”. O ex-prefeito faz um juramento de lealdade ao ex-presidente e promete aos brasileiros devolver o País deixado pelo petista.
`”Os que perseguem Lula perseguem o povo brasileiro. Ele está preso, enquanto o governo Temer bagunça o País, corta os direitos do povo, entrega nossas riquezas aos estrangeiros. Aqui, faço um juramento de lealdade ao ex-presidente Lula. Não vamos descansar. Vamos libertar os brasileiros de toda essa injustiça”, diz.
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