O candidato à Presidência da República pelo partido Novo, João Amoêdo, declarou um patrimônio de R$ 425 milhões ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A maior parte dos valores é composta de aplicações de renda fixa, participação em empresas e investimentos em fundos, joias, obras e de arte. Também há 13 imóveis, incluindo apartamentos, casa, terreno e salas comerciais, além de uma embarcação avaliada em R$ 4,1 milhões.
Formado em engenharia, ele fez a carreira atuando em bancos. Em 2004, assumiu a presidência do Unibanco. Liberal, Amoêdo tem discurso a favor das privatizações e diminuição da presença do Estado na economia.
Os outros presidenciáveis declararam os seguintes patrimônios:
– Ciro Gomes (PDT): R$ 1,6 milhão;
– Geraldo Alckmin (PSDB), R$ 1,3 milhão;
– Guilherme Boulos (PSOL): R$ 15,4 mil;
– João Amoêdo (Novo): R$ 425 milhões;
– Vera Lúcia (PSTU): R$ 20 mil;
– Cabo Daciolo (Patriota): não declarou bens.
Novo
Os demais candidatos do Novo a cargos majoritário também são milionários. Apenas quatro chapas a governos estaduais declararam R$ 223 milhões em bens. Os patrimônios dos cabeças de chapa e vices variam entre R$ 1,8 milhão e R$ 82 milhões.
A legenda já registrou os dados de candidatos ao governo de ao menos quatro Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O maior patrimônio declarado é do advogado Marcelo Trindade, que disputará o governo fluminense: R$ 82 milhões. Ele foi diretor da CMV (Comissão de Valores Mobiliários). A lista inclui casa, apartamentos, veículos e investimentos.
Dentre os governadores, logo atrás vem o candidato ao governo mineiro, Romeu Zema. Ele dirige o grupo Zema, que atua em áreas que vão da moda ao setor automotivo, e fatura R$ 3 bilhões ao ano.
Já no que se refere aos cabeças-de-chapa, ainda há o ex-presidente do Banrisul, Mateus Bandeira, candidato ao governo do Rio Grande do Sul, com bens em R$ 26 milhões, e o candidato ao governo paulista, o empresário Rogério Chequer, com patrimônio de R$ 9 milhões.
Para cargos do Executivo, a legenda ainda terá Alexandre Guerra concorrendo ao governo do Distrito Federal e João Amoêdo como presidenciável. No entanto, os valores ainda não estão no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os dados do partido Novo estão entre os primeiros publicados no site do TSE. Para o governo de São Paulo, por exemplo, além de Chequer, só foi disponibilizado o patrimônio da chapa do PSOL. A candidata ao governo pelo partido é Professora Lisete, com patrimônio de R$ 813 mil, e o vice Professor Maurício Costa, sem nenhum bem cadastrado. Apesar do alto patrimônio, os candidatos do Novo afirmam que pretendem fazer campanhas baratas.
Trajetória
Fundado em 2011, o partido tem como práticas não usar recursos do fundo partidário e selecionar seus filiados, excluindo aqueles que tenham sido condenados com sentença transitada em julgado ou de órgão colegiado em casos de violação de direitos fundamentais, improbidade administrativa e abuso de poder político e econômico.
As ações partidárias são financiadas por meio de doações, e a prestação de contas é divulgada no site do partido, que em março tinha em caixa cerca de R$ 5,7 milhões. Na arrecadação por crowdfunding, Amoêdo, estreante na corrida ao Planalto, é o segundo que mais angariou fundos dentre os presidenciáveis, com mais de R$ 265 mil, atrás apenas de Lula.
Na TV e no rádio, o partido estima que o presidenciável terá de 5 a 10 segundos de propaganda. Para superar isso, o ex-CEO do Flamengo e coordenador da campanha de Amoêdo, Fred Luz, aposta nas redes sociais e na mobilização de voluntários.
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