sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A produção industrial brasileira cresceu 13% em junho, após queda em maio

A produção da indústria brasileira avançou 13,1% em junho frente a maio, na série com ajuste sazonal, eliminando as perdas provocadas pela greve dos caminhoneiros, informou nesta quinta-feira (02) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em maio, a indústria havia registrado um tombo de dois dígitos na comparação com abril, a maior queda desde dezembro de 2008. O IBGE revisou o resultado de maio de uma baixa de 10,9% para um tombo de 11%.
Na comparação com junho de 2017, a indústria cresceu 3,5% no mesmo mês de 2018. No acumulado em 12 meses, a alta é de 3,2%, indicando a retomada da trajetória de recuperação do setor. No acumulado do ano, a produção industrial tem alta de 2,3%. No fechamento do segundo trimestre, o avanço é de 1,7%.
Setores
Entre os setores, as principais influências positivas vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (47,1%) e produtos alimentícios (19,4%). Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de bebidas (33,6%), produtos de minerais não-metálicos (20,8%), celulose, papel e produtos de papel (17,9%), produtos de borracha e de material plástico (12,5%), outros produtos químicos (7,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (14,6%), produtos de metal (11,1%), móveis (28,5%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (19,%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (13,5%), máquinas e equipamentos (5,6%), couro, artigos para viagem e calçados (14,5%), produtos de madeira (17,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,1%) e metalurgia (2,5%).
Por outro lado, entre as três atividades em queda na produção, o principal impacto no total nacional veio do ramo de outros equipamentos de transporte (-10,7%), que marcou a segunda taxa negativa consecutiva e acumulou perda de 24% nesse período.
Perspectivas
Pesquisa divulgada na véspera pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que o faturamento da indústria e as horas trabalhadas na produção, assim como o emprego industrial, registraram crescimento no primeiro semestre de 2018, algo que não acontecia há quatro anos nesse período. A entidade destacou, entretanto, que o ritmo de crescimento ainda não compensou perdas com a recessão dos últimos anos.
Com a recuperação da economia em ritmo mais lento do que o esperado, desemprego ainda elevado e confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, a expectativa dos analistas é de uma trajetória de crescimento gradual e moderado da indústria.
O Boletim Focus mais recente do Banco Central, que ouve cerca de cem economistas semanalmente, mostrou que as expectativas para o crescimento da economia para este ano estão em 1,50%, metade do que era esperado alguns meses antes. O próprio governo federal reduziu recentemente a sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano de 2,5% para 1,6%. Até maio, estava em 2,97%.

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