terça-feira, 10 de julho de 2018

Ministros acreditam que o juiz Sérgio Moro poderá ser alvo de ações no Conselho Nacional de Justiça devido à sua reação à ordem de soltura de Lula



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Como diz uma expressão popular muito em voga nos últimos anos, “Era cilada, doutor!”. Diante do impasse criado no último domingo pelo mais recente pedido de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, integrantes de tribunais superiores chegaram a duas conclusões.
A primeira: a decisão em que o desembargador plantonista do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre) Rogerio Favreto mandou libertar o líder petista estava errada. A segunda: ao reagir à ordem de soltura, o juiz federal Sérgio Moro escorregou em uma “casca de banana” atirada pelo PT.
Para ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), o partido conseguiu expor o voluntarismo de Moro, reforçando a tese de que ele não é imparcial nos casos que envolvem o político que governou o país por dois mandatos consecutivos (2003-2010) e que hoje cumpre sentença de 12 anos e um mês de prisão, em Curitiba (PR), por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Na avaliação de alguns magistrados, a legenda obteve a única vitória de médio prazo possível: fazer Moro errar. Isso porque o juiz teria dado um passo-em-falso ao ordenar que a PF (Polícia Federal) não cumprisse a ordem de soltura – o que representa uma afronta à hierarquia do Judiciário – e quando mobilizou outros juízes do TRF-4 para derrubar a decisão.
De acordo com relatos, Moro chegou a ligar para o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, para argumentar contra o cumprimento da decisão do desembargador-plantonista. Para os ministros do STJ e do STF, mesmo que a ordem do desembargador tenha sido inusitada, Moro errou ao se insurgir. A sua posição será explorada em ações no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e pelos advogados de defesa de Lula nos recursos às cortes superiores.
Hipótese
Tambem é consenso entre esses ministros (ouvidos em “off” por jornais como a “Folha de S.Paulo”) que a sentença do desembargador que tentou soltar Lula cairia rapidamente ao ser analisada no STJ, por exemplo: se ele deixasse a prisão, voltar a ela seria questão de tempo.
Um integrante da Corte disse que Favreto, o plantonista, agiu “como um talibã” ao proferir decisão a favor da libertação de Lula. Ele diz que há recurso sobre o caso do petista no STJ e que não caberia ao TRF-4 se manifestar. A defesa de Lula ficou longe da manobra exatamente por isso. Seria péssimo para os advogados do presidente que são titulares da ação no STJ aparecer como autores desse recurso.
A atitude da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, também foi alvo de questionamentos e até de críticas por colegas. Integrantes do Supremo dizem que ela deixou o Judiciário “sangrar em praça pública” e que parte da disputa no TRF-4 deve ser creditada à resistência dela em rediscutir a prisão em segunda instância.

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