quarta-feira, 18 de julho de 2018

Jair Bolsonaro coloca um general do Exército como seu candidato a vice

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O pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, o deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), deve anunciar até a quarta-feira o general do Exército da reserva Augusto Heleno (PRP) como seu companheiro de chapa na disputa, afirmou à Reuters o presidente do PSL em São Paulo, o também deputado federal Major Olímpio.
Segundo Olímpio, Bolsonaro afirmou nessa terça-feira, durante evento no Vale do Ribeira, no interior paulista, que “ainda hoje ou amanhã” Heleno será anunciado como o vice. O pré-candidato do PSL ao Planalto tentou nos últimos dias fechar um acordo para ter o senador Magno Malta (PR-ES) como companheiro de chapa a fim de aumentar o tempo de rádio e TV a que terá direito na propaganda eleitoral.
Sozinho, o PSL de Bolsonaro tem apenas 8 segundos durante a campanha em blocos de 12 minutos e 30 segundos. O PRP não tem deputado federal e, dessa forma, sua contribuição para o tempo de TV de Bolsonaro deve ser praticamente nula. Olímpio disse que Malta não aceitou ser vice de Bolsonaro – optou por buscar mais um mandato ao Senado – e também o partido dele, o PR, quis impor condicionantes para fechar uma aliança formal com o PSL.
Segundo Olímpio, o PR queria que, nas disputas a cargos proporcionais no Rio e em São Paulo (disputa a deputado federal, por exemplo), houvesse um acerto que privilegiasse as candidaturas dos membros do PR em detrimento dos nomes do PSL. Lideranças do PR pretendiam usar essa aliança com Bolsonaro para aumentar o tamanho da bancada no Congresso.
Olímpio afirmou que ninguém da direção do PSL topou esse acerto. “Se o problema for ter tempo de TV e abandonarmos os nossos, não terá valido a pena a eleição. Vamos vencer com 10 segundos, do jeito que for, mas com dignidade”, disse.
Heleno é filiado ao PRP do Distrito Federal e ficou nacionalmente conhecido por ter sido o primeiro comandante da força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, missão de paz que teve a liderança militar do Brasil.
Mesmo na reserva, Heleno é considerado uma das maiores lideranças da história recente do Exército. Seu nome, que já era destaque dentro dos quartéis, saiu da caserna e chegou ao público em geral em 2004, quando ele assumiu o cargo de Comandante das Forças de Paz da ONU no Haiti.
Heleno lutou contra ex-militares rebeldes e gangues de criminosos no Haiti por cerca de um ano e meio. Na ocasião, segundo vazamentos do WikiLeaks, se opôs à pressão diplomática americana que queria exercer influência sobre a condução da missão de paz e a maneira como as operações militares eram realizadas.
De volta ao Brasil, fez parte do Alto Comando do Exército e, em 2008, ocupou o posto de Comandante Militar da Amazônia – quando entrou em choque direto com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a demarcação em área contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Heleno disse, na ocasião, acreditar que o projeto, da forma como era tocado, poderia colocar uma parte das fronteiras do Brasil em risco.
No início dos anos 2010, setores da ativa e da reserva das Forças Armadas cogitaram lançar Heleno como candidato a presidente, mas o projeto não avançou. Heleno sempre recusou a possibilidade de protagonizar uma candidatura.

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